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quinta-feira, 20 de março de 2008

Vida e Arte: Arte do Povo

MUNDO À FORA


A partir desse mês o leitor CUCA LIVRE vai ter a oportunidade de entender as diferenças entre os diversos povos do planeta desde a sua forma de comer à maneira de fazer sexo. Que delícia! Pois é, isso é o que se chama de cultura. Primeiro nós iremos apresentar alguns conceitos de vários antropólogos sobre o tema mencionado discutindo alguns deles. Depois disso teremos os subsídios necessários para compreendermos as diferenças entre os costumes e os hábitos dos habitantes e vários planeta.

Mas, porque existem pessoas com hábitos, costumes e características diferentes?

São questionamentos que se arrastam a mais de 4 séculos.

Confúcio em certa feita disse que a natureza dos homens é a mesma, são os seus hábitos que os mantêm separados.

Heródoto um grande pensador e historiador grego (484-424 a.C.) utilizou o sistema social dos Lícios como objeto de estudo sobre os costumes humanos e achou-os diferentes de todas as nações do mundo. E, isso aconteceu porque colocou os seus costumes como verdadeiros, absolutos. Ele agiu de maneira etnocêntrica (opinião superior a qualquer outra). Agora veja o que aconteceu.

Os Lícios tinham o costume de tomar o nome da mãe e não o do pai. Ao contrário da sociedade de Heródoto que tomavam o nome do pai. Em outros instantes Heródoto parecia se contradizer ao afirmar que se aos homens fossem lhes dada a oportunidade de escolher outros costumes. Opa! Ele esta falando sério mesmo? Nada! Em seguida ele continua dizendo que mesmo que fossem dadas várias oportunidades aos homens de conhecerem outras culturas, estes, prefeririam as suas, porque são melhores que as dos outros. Será verdade?

Tácito (55-120) cidadão romano escreveu com muito entusiasmo sobre as tribos germânicas, no que se refere ao casamento. É apenas uma mulher pra cada homem, sem exceções. Não existia paixão sexual e o dote era dado pelo homem a mulher. Diferente do Brasil nos períodos de colônia e império.

Marco Pólo (1271-1296), viajante italiano teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre os costumes dos tártaros ao visitar a China e outras partes da Ásia.

Os homens não se preocupavam com quase nada, a não ser com a caça e a guerra, enquanto que as mulheres davam vida ao comércio e as suas casas. Adultério? Nem pensar! Fora de cogitação!

O padre José de Anchieta quase tinha um infarto com os costumes dos índios Tupinambá ao os ver tratando como escravos os filhos das escravas indígenas, vendendo e matando e até comiam alguns destes nos rituais de antropofagia não importando se fossem netos ou sobrinhos.

Enquanto todos julgavam malignos os hábitos e costumes dos índios Tupinambá, Montaigne (1533 – 1572) foi sensato em suas explanações. Este, dizia que “todos consideram sempre bárbaro e selvagem os costumes que não se praticam em sua terra”. Lembrava aos acusadores dos costumes Tupinambá que “era melhor comer um homem morto do que vivo”. Isso era uma crítica bem ferrenha aos inquisidores da igreja católica do período medieval em que se torturavam, julgavam, desmoralizavam e condenava a fogueira em praça pública os indivíduos que não aceitavam os ditames da igreja católica.

As explicações para as variadas formas de comportamento apareceram desde a antiguidade e muitos teóricos desse período afirmavam que todas essas diferenças estavam intimamente ligadas ao ambiente em que o individuo estava inserido. Dessa forma, os povos do sul seriam mais inteligentes que os do norte por causa da raridade da atmosfera e o calor.

Durante o Séc. XVI o filósofo francês Jean Bodin escreveu que os povos do norte possuíam um líquido que estimulava a impassibilidade, o fleuma. E por isso eram fiéis, leais, cruéis, não gostavam muito de sexo e por ai vai.

Em contrapartida, os povos do sul eram maliciosos, engenhosos, abertos, orientados para as ciências, etc., e isso, graças a uma paradinha chamada bílis negra.

As diferenças existem no nosso presente. Elas podem ser vistas aqui na nossa cidade, na nossa rua, dentro de nossa casa e em nós mesmos ao permitirmos que o conhecimento se manifeste de forma real. Não é necessário irmos até os confins da terra em busca de diferenças entre os seres humanos. Certamente essas diferenças existam por conta da própria dinâmica das relações humanas, da forma de se relacionar com o espaço em que se vive e com os outros seres.

A carne de vaca é impura para os hindus da mesma forma que a carne de porco para os muçulmanos.

Tomar banho pelado em muitas praias da Europa é uma coisa natural, mas, às mulheres dos países islâmicos não lhes é permitido nem mostrar o rosto.

Seriam de fato os fatores geográficos e biológicos que determinam a forma de um grupo especifico de produzir cultura?

Envie suas dúvidas e posicionamentos a cerca do tema discutido. Será uma enorme satisfação poder interagir com você.

Leia:

Roque de Barros Laraia. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro:Jorge Zahar, 1993.

Escrito por: Daniel Ferreira

Professor de História e especialista em História do Nordeste

E-mail:prof_daniel.al@hotmail.com

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