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Caros amigos sejam bem vindos ao Blog Cuca Livre Um Jeito Diferente de Pensar. Aqui você pode ler, refletir, através do senso crítico opinar e também expor suas idéias.

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segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Atenção

A Direção

Nossa quinta edição! Para prepará-la, primeiro permutamos entre a gente os artigos, desafiando uns aos outros. Quem estava acostumado a falar de música e poesia, pegou educação, acostumado com educação pegou música e poesia, e vice-versa.

O lance de permutar colunas é uma estratégia para que não se perpetue apenas um ponto de vista sobre determinada coisa.

Esse mês, a equipe diretora visitou a Bienal do Livro no Centro de Convenções em Olinda, foi uma experiência ótima. Um dia antes da bienal, na Livraria Cultura, participamos de um evento em homenagem aos 99 anos do nascimento de cantor e compositor Cartola. O evento foi super proveitoso, pudemos perceber o interesse de grande parte da juventude recifense pela boa música de um cantor e compositor meio esquecido pela mídia e que só engrandeceu a arte brasileira. Tivemos a oportunidade de bater um papo com os cantores Rui Ribeiro e Naara Santos.

Voltamos para a terrinha, a equipe participou de outro evento: A Jornada Pedagógica do Curso Normal Médio da Escola Cel. João Francisco. A escola está de parabéns, evento super organizado. Congratulações do Jornal à direção, ao Normal Médio e a todos os professores, em especial aos organizadores (Professores: Biu, Emanoel, Ivaneide e Zilma). A equipe Cuca, deu mini-curso sobre Patrimônio Histórico e surtiu muitos bons resultados. Durante a jornada, entrevistamos os poetas populares Jessier Quirino e Honório Silva.

A pedido da leitora Adnise Nepomuceno que nos forneceu o material sobre seu pai joão Lino Nepomuceno, estamos fazendo uma correção na coluna Filhos Destes Solo do mês passado. No correr do texto, onde se encontra a palavra “roubismo”, deve-se ler “rondismo” (de ronda). Nos documentos deixados pelo senhor João Lino, o termo encontra-se rasurado, segundo Adnise, o pai ainda em vida tinha lhe dito que referia-se a ronda. A equipe pede desculpas, e se erramos, estamos aptos a concertar com a ajuda de todos.

Como havíamos prometidos a leitora Maria de Fátima Siqueira, que desde a edição 3, cobrava respostas da prefeitura municipal com relação ao tão falado concurso público municipal. Fomos buscar sua resposta com o secretário de governo, Jadiel Lopes. Bem Fátima, segundo Jadiel, o concurso sairá sim, no inicio do próximo ano (2008). A prefeitura não o fez ainda porque está pesquisando uma empresa séria para realizar as provas, porque muitas prefeituras tiveram seus concursos invalidados pelo Ministério Público que detectou falhas nos serviços das empresas contratadas, portanto a prefeitura está buscando uma empresa conceituada e isenta de procedimentos ilícitos. Essa foi a resposta do secretario e o mesmo disse que se você ou outro cidadão quiser maiores esclarecimentos, procurassem a prefeitura.

Queremos desde já agradecer a muitos comerciantes locais que estarão no próximo mês, patrocinando o jornal e terão também uma coluna de propaganda. Todos que entramos em contato, nos receberam com muito entusiasmo e valorizaram muito esse trabalho que realizamos com muito prazer.

Caros leitores: Breve faremos surpresa a todos! Estamos ainda articulando! Uma dica: vai ser muito bom... Abraços da Equipe.

obs.: Neste mês de Setembro Cuca Especil tema: Semana de Consciência Negra.


A Direção: Daniel, Carlos, Josias e Kleber.

Um Desenho

Os Filhos Deste Solo


Reunião do Cuca no quarto-escritório do camarada Dan, permutamos autoria de artigos, fizemos contas e unanimemente decidiram que para outubro eu continuaria com essa coluna – beleza! Semana depois, debate avançado com os camaradas no escritório-mesa-de-bar, unanimemente foi votado pelos companheiros que o biografado do mês seria o Sr. Antonio Campina (meu avô). Relutei, argumentando que era um empreitada difícil, poderia parecer tendencioso. Debate travado e um enfático: você vai fazer! Voto vencido! O jeito foi pegar a caneta e descrever o velho. Pra começar, vasculhar minha memória e selecionar umas das tantas máximas que presenciei. Lembrei essa:

- Primeiros anos do milênio, eu fazia faculdade em Olinda e vim passar uma semana-santa em casa, descendo do ônibus 1002, entro na casa de meu avó que estava cheia de primos, entre minha bagagem, livros que deixei na mesa e fui pedir as bênçãos e falar com o povo. O velho olhou minha camisa vermelha com a estampa da foice e do martelo, nada disse, só as boas vindas e o costumeiro: vá comer alguma coisa meu filho. Enquanto acendia um cigarro e ria com o pessoal lembrando as histórias, vô dava uma olhada discreta nos livros que deixei na mesa da outra sala (O Capital de Marx, Biografias de Che e Fidel Castro entre outros). Momentos depois, numa hora também discreta, num covico da varanda, vô perguntou: “oxente meu filho, virou comunista no Recife? – não vô isso é trabalho da faculdade. – Há sim tenha cuidado com essas coisas!”.

Ninguém em casa sabia que eu vivia metido nos movimentos estudantis da faculdade e não queria preocupar ninguém. Anos depois, entro na casa do velho e ele assistindo o jornal, mensalão vem, mensalão vai, e ele: “isso é uma cachorrada”, dias depois na cozinha: “- meu filho, o negocio ta feio! Esse presidente não termina o mandato, a gente que se cuide! Você é professor, gosta de política, dê fim a qualquer coisa que comprometa, já vi muita coisa nesse mundo”. Em casa, eu ri lembrando e percebi que era só uma soma de sua experiência e de seu cuidado de avô.


Antonio Henrique: Memória e diplomacia vastas como uma campina


Antonio Henrique da Silva, nasceu no Sítio Quatis em 16 de setembro de 1913, filho de Manoel Henrique e Celeste Maria da Conceição. Família simples e modesta, negros e trabalhadores do campo. O avô paterno fora capitão do mato e caçava escravos fugidos. Ao completar um ano e meio de vida, seu pai deixou a casa, dizendo ir buscar trabalho na Paraíba, voltando depois, se desentende com a mulher que o expulsa de casa e decide criar os filhos sozinha. Viveu a infância ajudando a criar as irmãs mais novas e trabalhando na roça com dona Celeste, mulher valente e “brava como uma cascavel”, como ele mesmo colocou. A bravura de sua mãe é famosa por todos que a conheceram, porém era muito respeitada e temida pelos mundos que andava.

Ainda na primeira infância, sua mãe entra no segundo casamento com um homem chamado Antonio Campina por causa do mesmo tê-lo ajudado a criar os filhos, os conhecidos atribuíram o sobrenome do padrasto ao menino. Entre cuidar da roça, dos animais e das irmãs, estudou a cartilha do ABC com a professora D. Ramira que lecionava a noite, à luz do candeeiro aos meninos da Chã do Esquecido. Aos 17 anos, já com domínio da leitura e escrita, a Chã era pequeno para ele, desceu para o brejo de São Vicente para trabalhar. Conseguiu emprego, inicialmente era vendedor de pães e percorria a pequena vila com balaio de pães na cabeça até que depois recebeu emprego do Coronel Nestor Gomes de Moura (Chefe político local). Ganhou a confiança do Coronel, passou a dirigir carros para transportar mercadorias, sua astúcia e curiosidade o fez percorrer caminhos até então desconhecidos em outros estados.

A vila crescia, em 1930, como outros munícipes, ajudou na grande obra da construção da torre da matriz e relata a festa da conclusão, onde todos depositaram lembranças como cartas, jóias e objetos numa urna enterrada na base da torre. Relata o feitio da pequena vila em detalhes, como era cada rua, cada festa, cada grande fato. Na política, ri quando fala do voto de cabresto, onde o indivíduo assinava o livro de atas às vistas dos mesários, explicitando o voto. As campanhas eleitorais com a jagunçada armada pelas ruas e os chefes políticos também armados até os dentes. Conheceu cangaceiros famosos como o lendário Antonio Silvino e o descreve como um homem alto, branco e cheio de enfeites do chapéu até os pés. Desse cangaceiro, tem lembrança de um fato especial: conta que em certa feita, Antonio Silvino em passagem para a Paraíba, antes mesmo de pisar aqui no Brejo, recebeu resistência do fazendeiro de café Elias Camelo, Dono da fazenda Rosário (Atual Rua Alcedos Marrocos) que era a via de entrada para a Vila de São Vicente. O fazendeiro achava um desacato e uma desmoralização ao povo da cidade, um cangaceiro passar impune aos olhos de todos e armou ao longo de suas terras ao redor da estrada, tocaias de jagunços armados de rifles para descer chumbo no bando. As autoridade enlouqueceram! Tentaram convencer seu Elias Camelo a desistir, não teve acordo, nem mesmo o Major Filomeno de Moura (Trajando sua túnica de Major) e se dizendo amigo do cangaceiro, fez o homem desistir. A solução foi o próprio Major escoltar o bando pelo meio do mato, até chegar na estrada da Paraíba sem passar pela Vila. Ele ressalta, “São Vicente naquele tempo tinha homens de coragem!”.

Ainda em 1930, viu a revolução passar por aqui, tropas ocupando a cidade, coronéis fugindo para fazendas e depois servindo de mangoça e temas de música de carnaval, Coronel Nestor de Moura sendo caçoado pelos revolucionários que diante da sua resistência em aderir ao movimento, foi forçado a amarrar um lenço vermelho no pescoço e teve seu comércio invadido e uma grande peça de pano vermelha hasteada numa vara no teto da loja. Passada a revolução, Getúlio no poder, começaram as brigas aqui: relata ter visto de perto o assassinato do Coronel Henrique de Araújo (chefe da Aliança Liberal da cidade e adversário político de seu Genro Nestor de Moura). O Coronel Henrique fora assassinado pelo próprio neto o qual imaginava que durante uma conversa tensa após a revolução fosse atirar no pai. O resultado foi a cidade perder a autonomia, passando a pertencer a Timbaúba.

Muito jovem, Antonio Henrique gostava de farra e de forró, andava animando os bailes de matutos, tocando sanfona habilidosamente com o grupo de amigos músicos da Chã do Esquecido. Em 1935, casou-se com Maria do Carmo da Silva, mulher trabalhadora “mas braba como uma capota choca”, começou a ser feitor do Engenho Cipó Branco, do Coronel João Francisco e lá ganhou um fole de oito baixos para animar as festas da “Cabroeira do Engenho”.

Trabalhou para muitos engenhos e fazendas como feitor, sua mulher no trabalho da roça. Nos fins de semana, ganhava um bom dinheiro tocando nos forrós, embora tendo que amenizar o ciúme e o gênio forte de sua mulher. Juntou um bom dinheiro e comprou uma caminhonete, virou autônomo, ganhava bem, pois trazia carga para todo comércio local. Conheceu e fez amizades com muitos políticos do estado e de toda região.

Diz que São Vicente naqueles tempos era bem desenvolvida devido a “homens de categoria”, conta da inauguração do cinema falado, que todo mundo duvidava porque só tinha um assim na capital e em Macaparana diziam que era uma farsa, que quem falaria por traz da tela era seu Domingos Ferreira que tocava o sino. Na inauguração, o povo de Macapá foi convocado para vim comprovar se era seu Domingos mesmo por trás do telão ou não.

Na década de 50, lutou pela emancipação da cidade junto a outros vicentinos e no final da década surpreendeu a cidade no âmbito cultural. Conta que em viagem ao Recife, carregando carga, parou como de costume num bar na estrada e escutou um som de forró pé-de-serra. Ao descer do carro, no meio da multidão, foi ver que festa era aquela e realizou um sonho seu, conheceu e conversou com ninguém menos que o Rei do Baião Luiz Gonzaga. Relata a conversa: “desci do carro, me apresentaram ao hôme e ele me deu um abraço e eu disse: - prazer professor! Gonzaga respondeu: - oxente hôme! Professor?! – É, eu também sou sanfoneiro e o sinhô é mestre de todos nós”. A conversa se estendeu, Gonzagão pediu a ele para tocar, mas não deu, por causa da entrega da carga. Por fim, Gonzaga lhe deu um bilhete escrito para entregar ao jovem político Moura Cavalcanti, menino que o negro Antonio viu crescer no Engenho e tinha muito carinho.

No Recife, foi a um show do Rei do Baião no Teatro Santa Isabel e o bilhete que tinha em mãos o fez chegar até o camarim do artista que fez questão de recebê-lo e lá bateram papo e ele cita a emoção que foi ter tocado meia hora com a sanfona do rei, que fez questão de ouvi-lo e elogiá-lo. Nesse encontro travou uma surpresa para o povo vicentino. Meses depois, trouxe a São Vicente, Luiz Gonzaga o Rei do Baião que fez um show no prédio do cinema para uma multidão que tomou a rua toda. Foi inacreditável para o povo.

Aqui na cidade, seu Antonio Campina exerceu cargo de delegado por um tempo (ainda rir com isso) e foi presidente da Cooperativa em dois mandatos. Conta que a Cooperativa era uma beleza para os agricultores, possuía mais de 500 associados, tinha tratores, caminhões e ajudava muito ao pequeno produtor. Entregou a presidência por um desentendimento particular que teve com o senhor João de Moura que disse que a Cooperativa não iria para frente com um negro quase iletrado. Revoltado com o preconceito, entregou a presidência, mas fez questão de passá-la ao homem que o havia destratado. Diz que depois disso, a Cooperativa afundou e lavou sua honra, mas só não acha bom porque o povo é quem sofreu.

Teve quatro filhos, dezenove netos e vinte e quatro bisnetos, está no alto de seus 94 anos, muito lúcido e ativo, não deixa de jogar seu dominó e conversar com os amigos velhos. Gosta de casa cheia com a família e os amigos, é talvez o mais prudente e calmo no meio de sua “raça arengueira”, porém muito festiva e receptiva. Lamenta ver sua cidade carente de condições para a juventude, atualmente com muita marginalidade, sem “homens de pulso e sem amor pela cidade”, mas está vislumbrando e vivendo seus dias modesta e honestamente. Diz ter andado muito pelo mundo, mas não existe terra melhor que a sua.

Quando a gente pergunta: - E aí meu senhor? Sua mãe viveu lúcida até os 103 anos e o senhor chega lá?

- Meu filho, num sei. Deus é quem sabe, mas eu nunca cansei da vida.

P.s.: Ao meu avô, espere que goste.

Foto: Acervo Familiar, Foto de Antonio Henrique e sua esposa Maria do Carmo em fins da década de 40.

Escrito por: Kleber Henrique

E-mail:prof_kleber_henrique@hotmail.com"

Professor de História

Eu No Tempo!

O violão, a poesia... e a clave de sol?

O mundo é um moinho”

Cartola

Resolvi usar uma música de Cartola porque em primeiro lugar gosto muito da forma como ele canta o amor e a vida. Em segundo, por ser um artista pouco conhecido pela maioria das pessoas que conheço, e, em terceiro pela sua contribuição à cultura brasileira por conta da concepção harmônica em suas melodias e os versos que casam perfeitamente com a voz e a experiência de vida do artista.

Cartola nasceu a 11 de outubro de 1908 no Rio de Janeiro, em um bairro chamado Catete. Neste dia, o Brasil e o mundo recebiam um artista com uma sensibilidade artística impressionante. Ganhou o apelido de Cartola por que quando trabalhava em obras usava um chapéu côco para não sujar os cabelos de cimento.

Devido ao racismo, Cartola nunca foi economicamente bem sucedido. Trabalhou até como pedreiro pra sobreviver. (Por volta dos de 1960). Certa feita o jornalista Stanislaw Ponte Preta encontrou-o lavando carros no bairro de Ipanema, e perguntou: - Você não é o Cartola? - Sou. Foi resposta. Isso causou muito espanto ao jornalista que passou a ajudá-lo, tornando-o mais popular.

Cartola gravou seu primeiro disco em 1974, todavia, sua vida não foi composta apenas por tristezas. Entre a metade dos anos de 1960 até a sua morte em 1980 conheceu um pouco de popularidade (mas não dinheiro), e descobriu que todos tinham a chance de ouvir suas canções, ou vê-lo tocar e cantar.

Através de suas canções o povo brasileiro pode conhecer um pouco mais sobre sua vida e sua maneira poética de descrever sua relação com a mesma. As pessoas que o conheciam passaram a amá-lo.

Cartola partiu desse mundo deixando muitas composições e um forte exemplo de superação de preconceitos, e isso certamente se deve a um elemento indispensável pra vida humana, o amor.

Na verdade, a vida de Cartola era mesmo um moinho, feita de uma matéria, presa a um eixo imaginário e real, levando nada e sempre trazendo algo do futuro. Um moinho que pelo seu próprio peso podia triturar reduzir a nada a esperança, o desejo e os sonhos. Como podemos visualizar em um trecho de sua música “o mundo é um moinho”:

Ouça-me bem, amor,

Presta atenção, o mundo é um moinho

Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos

Vai reduzir as ilusões a pó

Isso é típico de uma relação onde não existe maturidade ou quando na verdade um ponto de vista sobrepõe o do outro. As palavras de afeto, agrado e boas maneiras que eram tão freqüentes no início do relacionamento desapareceram no instante da contenda entre os casais e no término de suas relações.

Daí ser comum prever ou desejar que a outra pessoa, a que desencadeou a tristeza no relacionamento, não tenha êxito em suas relações posteriores. Deseja-se pelo ex-enamorado, que a pessoa sofra, quebre a cara ou até mesmo retroceda em suas escolhas.

Quando cartola diz “preste atenção” e “ouça-me bem” ele em sua poesia manifesta uma essência de experiência, de maturidade, obtidas pelas suas vivências, invocando dessa maneira a atenção do ser amado aos conselhos, todavia, o coração de quem ama sofre muito nas escolhas grandiosas, e não seria diferente mesmo com uma pessoa da envergadura de Cartola.

Na primeira estrofe da música ele diz “ainda é cedo amor”. Cartola expressa apego, medo da vida vindoura neste instante. A vida vivida compartilhada nos seus mais variados aspectos enfrentava uma situação de instabilidade. Seriam as vivencias de Cartola, a necessidade de uma outra pessoa ao seu lado ou as necessidades de Cartola completadas a partir da pessoa amada?

A estrofe mencionada não é a última da música, o que pra muitas pessoas pode tirar o sentido de nossa conversa musical, porém, se levarmos em consideração que a música é uma expressão de sentimentos que não são obrigados a uma construção formal e textual, pautados em regras, normas, etc, torna-se mais fácil compreender a escrita do autor do texto.

Algumas pessoas ao ouvir as músicas de Cartola choram, outras ficam sérias, pensativas, argumentativas, inquietas, enquanto que outras apenas sorriem.

Acredito que isso aconteça pelo fato das pessoas se identificarem com alguma parte da música e também, pelas suas letras carregarem histórias sentidas na pele do próprio compositor. E experiências vivenciadas por uma determinada pessoa acabam gerando uma série de reflexões quando cantadas como Cartola as canta.

Sei que para influenciar na maneira de pensar e agir de uma outra pessoa o exemplo de vida é um elemento norteador, contudo, deve-se ter cautela quanto a maneira a ser abordado e o local a ser exposto.

São vários os casos em que pessoas que possuem um gabarito vasto em experiências afetivas, mas, que mais tem contribuído para criar cicatrizes emocionais. Será que o compositor cartola foi um desses? Veja mais alguns de seus versos na música o mundo é um moinho.

Presta atenção, querida

Embora saiba que estás resolvida

E em cada esquina cai um pouco a tua vida

E em pouco tempo não serás mais o que és.

Presta atenção, querida

De cada amor tu herdarás só o cinismo

Quando notares estás è beira do abismo

Abismo que cavastes com teus pés.

O fato é que nossas escolhas nos proporcionam caminhos e também resultados muitas vezes não desejados. Provavelmente fosse isso que cartola quisesse dizer com “herdarás só o cinismo” e com o “abismo” mencionado na música.

O instante de febre, a raiva que o envolvia no momento de sua composição contribuiu na incrementação de expressões que são peculiares às pessoas que acreditam que a vida é um moinho, que se recebe com a mesma moeda cada ato realizado, e que os atos realizados com intenção de não se receber o que se pensou voltam-se à pessoa que desejou de maneira muito rápida, ao contrário das pessoas que pensam na intenção de receber o que fizeram ou pensaram.

Louvado seja Cartola nesses 99 anos de sua morte.

Escrito por Daniel Ferreira

E-mail: prof_daniel.al@hotmail.com

Professor de História e Especialista em História do Nordeste


Vento e Raiz

“Estava à toa na vida / O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor

A minha gente sofrida / Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor”.

(Trecho de A Banda, Chico Buarque)

Apesar de não ter sido o ar das serras vicentinas, o primeiro que respirei sozinha, sem a ajuda do cordão umbilical que unia eu e minha mãe, considero-me como se fosse, pois, desde meus primeiros dias de vida tive o prazer de morar nesta terra. Na verdade, o que me deixa mais feliz em ter crescido aqui é poder ver as coisas que conquistei, afinal de contas, de que adianta nascer numa cidade grande ou, então, ser de família abastada, se não superamos nossos limites e alcançamos coisas que pareciam tão difíceis? Da mesma forma que nãopara ficar a vida inteira reclamando pela ausência de oportunidades. Como diria Edward Bloom, personagem do filmePeixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”, eu deixei de viver no aquário e fui morar em águas maiores, às vezes com dificuldades, às vezes com momentos mais prazerosos. O fato é que não me permiti voltar ao meu canto, com minhas dores e sonhos.

Quem vive no corre-corre selvagem das cidades maiores, valoriza cada momento do cotidiano das pessoas que, quando muito, precisam apenas percorrer cinco quilômetros de casa até seu local de trabalho. Ou então, se dão ao luxo de, em plena madrugada, andar despreocupadas pelas ruas, sabendo que no máximo encontrarão um boêmio embriagado. E , esses sobreviventes da selva chegam para estes outros sobreviventes, que relutam com o progresso, e cantam as maravilhas desta terra bucólica e pacata, e com isso enchem os corações de todos os moradores de orgulho e felicidade. E estes, percebem então que não é tarde pra dançar, ou pra sorrir, ou para simplesmente parar e perceber que as serras a quais rodeiam a cidadezinha não são tão feias e simplórias como eles pensavam. Então, cada um, despede-se por um momento da sua dor, deixa de lado a sensação de que deveria ter feito mais e melhor, ter enfrentado os obstáculos, aproveitado o tempo quando tinha saúde e todos deixam de “contar as estrelas” se “debruçando na janela”, tendo a certeza de que são os melhores, os privilegiados porque moram no melhor lugar do mundo.

que quando a banda vai embora, os gracejadores da vida do interior se vão, e toda a gente, ou pelo menos boa parte dela, volta a seus lugares, retomam para si seus cantos de dor.

Ficando na espera sonhadora de que a banda passe outra vez um dia. E enquanto a banda não volta, eles passam a se maldizer, a reclamar que ali não acontece nada, que as coisas não progridem, que nãocomo melhorar e a única solução é se contentar em ver o vento fazer a curva bem diante de seus olhos.

Não estou defendendo que a população em massa acompanhe a banda e deixe a cidade entregue à sua própria sorte; para alguns realmente, seus sonhos e objetivos estão em outro lugar e devem ir em busca deles, mas para outros a felicidade está aqui; e estes que ficam precisam aprender a cantar, a tocar, a ser a própria banda. A vida precisa deixar de ser tão pacata e encher-se de alegria. E para isso não é preciso que alguém faça a orquestra tocar, afinal cada um é o dono do seu próprio instrumento e do seu próprio dom.

Vez ou outra São Vicente se depara com oportunidades de crescer, de tornar-se umaquário maior”. E as pessoas precisam não se acomodar em seus lugares, esperando quem vai liderar a cantoria ou qual o próximo acontecimento que chegará pra movimentar as conversas na calçada e nos grupinhos da escola ou do trabalho. A mudança é que precisa ser o assunto fazendo parte do cotidiano dos próprios moradores, a motivação, a transformação, o crescimento deve ser o foco principal de todos.

Se cada um não perceber o poder que tem em suas mãos, realmente muito pouco vai acontecer. E correrá sempre o risco de ficar nas mãos de alguém que queira se aproveitar das riquezas e belezas desta terra, da inércia de muitos dos seus habitantes, e vai mandar e desmandar ao seu bel prazer. Mas isso já é assunto pra outra música...

Mariene Borba

E-mail: mari_borb@hotmail.com

Estudante de Direito

Vista de Um Ponoto

Liberdade na Juventude: Conquista possível ou Utopia?


No mundo atual se aclama o que julgamos por ser livre. Tudo e todos estão voltados para os jovens, porque somos o futuro da nação, somos a geração prometida, critica, sabemos e defendemos nossos direitos com garra e coragem, temos argumentos para todas as questões (que seja do nosso interesse, é claro!).

Os meios de comunicação cada vez mais, fazem atrativos para chamar nossa atenção. Produtos são lançados para melhorar nosso viver. Ah! Existem aquelas pessoas que são In ou Out (estão ou não na moda). Uma coisa que percebi foi que a escola se adaptou a nosso querer e até os nossos pais. Observando isso, um dia desses, lembrei das conversas com minhas tias na faixa etária de uns 40 à 45 anos, vejam o que pensei, acho que vão concordar: umas quatro décadas atrás, rapazes não podiam passar das 22:00 horas na rua, era lei; as moças sair sem serem acompanhadas dos pais era quase impossível, agora imaginem a possibilidade de chegar as 22:00 horas da noite?! Nunca aconteceria (não com as moças ditas de família). As relações pais e filhos eram misto de respeito e terror. Ninguém chamava o pai de você, pai era senhor, assim como se cumprimentava pedindo a benção e com um beijo na mão. Palavrão? Coisa de gente sem qualificação, de rua, marginal.

Às vezes alguns rapazes da época bebiam ou fumavam, mas isso já com seus vinte e poucos anos, maiores de idade, porém quando seus pais viam, levavam na boca mesmo. Exageros? Totalitarismo? Em parte sim, em parte não.

Pode parecer ridículo, mas havia nisso um ritual de civilização. Ainda que existisse antipatia, cumpria-se um protocolo de educação, de vivência e respeito por alguém que nos colocou no mundo, nos deu amor e sustento. No fundo, eles, os pais continuam com o cerimonial de desportismo trazido pela tradição, transmitindo o que tinha aprendido. O mundo andava devagar, e não tinha o porquê de quebrar com o estabelecido. Era uma camisa de força, um cerco apertado constituído de não, porém era bom? Sim, existia regras, temor pelos mais velhos e se aprendia muito com aquilo. Aprendia como driblar pela vida a fora, despistar, superar com capacidade, inteligência e esforço.

Atualmente, meninas de 12 anos sabem tudo sobre sexo, vão para festas, chegam de madrugada, abrem a porta porque tem a chave, conversam com professores assuntos que décadas atrás acarretaria em expulsão de alunos de 12 anos, de 18 anos. Contestam os pais, escutam música no último volume, namoram, ficam, telefonam sem parar, bebem, fumam.

Os jovens de antigamente tinham angústias simples, menos existenciais. E bem definidos, doíam do mesmo modo. Havia aquela intolerância, contra a qual lutavam, mas o maior problema era o que queriam e o que iriam ser no futuro.

Na permissividade atual, neste século do sim, essas angustias se complicam extremamente para os adolescentes e jovens. São abstratas, metafísicas, sem soluções, porque indefinidas e frágeis.

A juventude vivendo em meio a violência e caos, são super protegidos, defendidos e confundem muitas vezes liberdade com permissividade. Romperam-se os limites e eles desconhecem o não que poderiam torná-los mas lutadores e preparados para a vida.

Antes os jovens se achavam presos, incompreendidos, hoje eles se acham abandonados no mundo e talvez a causa desse sentimento seja justamente essa permissividade total que deteriorou as relações humanas. Uma geração teve o não, a outra teve o sim. Somos felizes? Bem, isso é complexo e por mais que tenhamos pelo que lutar, nessa fase nunca estaremos satisfeitos.

Aline Cavalcanti

E-mail: aline_cti@hotmail.com

Estudante

A Luta de Cada Um!

Quem primeiro pisou na lua foi à mulher


Não é muito difícil se ouvir por ai as pessoas falarem que “por trás de um grande homem sempre tem uma grande mulher”. Certamente o inventor desse pensamento não foi uma mulher, e se foi não estava em suas faculdades mentais funcionando perfeitamente.

Faz-se preciso refletir sobre essa e outras frases que foram criadas por nossos antepassados um tanto tendenciosos a exaltação do macho. Essas frases que à primeira vista parecem-nos inofensivas carregam uma essência extremamente preconceituosa, influenciando na permanência de uma sociedade onde a mulher está castrada de direitos, submersa em obrigações e destinada a consumir um padrão de beleza inconstante.

Neste mês resolvi falar de uma personagem da história que hora é caracterizada como ficção e noutros verdade, a rainha de Sabá.

Desejo que o leitor e a leitora no final da leitura do texto faça a sua escolha: ficção ou verdade? Podemos começar nossa viagem pela história? Vamos lá!

Graças a incessante busca do arqueólogo Wendell Philips o mundo agora pode ter certeza da existência de Sabá e da fabulosa Marib, sua capital (Localizada no atual Yemen).

Era um país desejado, por conta da sua incalculável quantidade de ouro e pedras preciosas. Possuía uma tecnologia a frente do seu tempo, principalmente no que se refere ao sistema de irrigação. No entanto, o maior atrativo desse lugar era o incenso e as resinas exóticas, que eram cobiçados por grande parte dos reinos existentes, bastante utilizados em suas cerimônias religiosas, como também, em forma de remédios para combater venenos de diversos tipos de animais.

Usavam a mirra para preparar os corpos para o sepultamento, ao contrário de outros povos que a utilizavam apenas como analgésico.

As pesquisas ainda mostram que Sabá era um grande centro de pessoas conhecedoras da astronomia. As descobertas arqueológicas ainda mostram e comprovam que grande parte das sociedades desse período eram governadas pelas mulheres, ou seja, essas sociedades eram matricêntricas. Estado e família eram liderados pelas mulheres, e isso implica dizer que em Sabá as mulheres ocupavam uma posição igual a dos homens, possuíam direito de escolher com quem casar e de se separar quando sentissem que era preciso.

Caro leitor, e leitora peço que imagine o nível intelectual desse povo de Sabá, seus papos, sua maneira de fazer política, sua educação... Imagine uma mulher que não aceitava ficar por trás de homem algum, escondendo-se na figura de um macho. Imagine uma mulher que falava o que pensava, agia segundo seus princípios sempre com posicionamentos maduros, despertando a atenção e o desejo de um monte de marmanjos reais, como foi o caso do rei Salomão mencionado na bíblia no livro de Reis, L. III, cap. X, 13: “o rei Salomão deu à rainha de Sabá o que ela desejou, e lhe pediu, a fora os presentes que ele mesmo lhe deu com liberdade real. A rainha voltou, e se foi para o seu reino com os seus servos”.

A própria bíblia relata em outros trechos que Salomão era um homem admirado por sua sabedoria e extremamente rico por sua posição social, era rei. Foi essa posição, digo, esse aparato ideológico-financeiro que proporcionou ao rei Salomão “faturar” mais de 900 mulheres. Contudo, a rainha de Sabá não foi uma delas.

Podemos imaginar neste momento a cara do rei diante do inesperado acontecimento. Aquilo jamais havia acontecido. Nenhuma mulher jamais havia resistido aos presentes e encantos do rei.

Olavo Bilac descreveu em versos esse encontro entre a rainha de Sabá e o rei Salomão.

Que mais queres? Sião? E, entre os bosques sombrios,

O meu colar de cem cidades deslumbrantes?

O Líbano, pompeado em paços, em mirantes,

Em cedros, em pavões, em corças, em bugios?

O povo de Israel, em tribos formigantes

Do Eufrates ao mar Morto e o Egito? Os meus navios,

As esquadras de Hirão, coalhado o oceano e os rios.

Atestadas de prata e dentes de elefantes?

O meu leito, ainda olente e morno do teu sono?

O cetro? O gineceu, e a guarda, e as mil mulheres

Como escravas, rojando aos teus pés? O meu trono?

Os vasos do holocausto? O templo de ouro e jade?

A ara, em sangue e fulgor, ante Jeová?... Que queres?

Poucas são as mulheres da história que carregam uma vida tão admirável como a rainha de Sabá. Sua vida foi descrita pelas culturas do oriente e ocidente em filmes, novelas, musicas, etc, mas, ainda continua a existir perguntas: ficção ou verdade?

Os próprios pesquisadores possuem muitas dúvidas quanto a veracidade desta história. A bíblia menciona uma Rainha do Sul, “que se levantará em juízo”, numa fala do próprio Cristo registrada no livro de Mateus no novo testamento, mas, todos esses indícios são poucos para comprovar sua existência.

O leitor e a leitora agora escolhe o final:

Ficção ou verdade?

Grandes mulheres foram e são aquelas que em sua natureza não se permite estar em segundo plano. Jamais uma mulher assim, consegue ficar muito tempo escondendo-se na figura de um homem, por um simples motivo: não dá, é incompatível com sua natureza, pois perde muito tempo tentando convencer seu companheiro a agir de uma determinada forma, enquanto ela mesma poderia fazer. Então ela age logo, por si mesma, toma iniciativa. Este tipo de mulher, não se contenta com a satisfação do seu companheiro, em vê-lo feliz com suas realizações, pois ela quer ter sua satisfação e suas realizações. Não dá pra se contentar com a felicidade do outro, como parasita, se ela não tem a sua própria felicidade. Uma mulher que gosta da vida, que se ama e, sobretudo, quer sentir também no corpo e na alma, satisfação, prazer, dor, ódio, tristeza. Não se poupa das agruras nem das alegrias, quer tudo, cada pedaço de sentimento que nos faz sermos reconhecidos como “seres humanos” (YASMIM 06/04/2003 – Grandes mulheres).

Isso é ficção ou verdade?

Escrito por: Daniel Ferreira

E-mail: prof_daniel.al@hotmail.com

Professor de Historia e Especialista em História do Nordeste.

Brasil Mostra Tua Cara

“O que a gente faz é por debaixo dos panos pra ninguém saber...”


É lamentável e doloroso sentir os efeitos de um sistema político o qual a cada dia que avança, vai afunilando cada vez mais o espaço para a cidadania. Para começo de conversa, no meu entender, cidadania é uma conquista que se começa com dignidade com oportunidade para uma vida digna.

Hoje, é sensível aqui em nossa cidade o clima de insegurança dos cidadãos, o gradeamento das casas, as portas trancadas, o medo de ir ao quintal estender roupa porque a grande festa da banana está se aproximando e os roubos e assaltos começaram. Qual a raiz disso tudo? Onde começa tudo isso? O que favorece o tráfico de drogas? O consumo de drogas? O desejo de roubar para ter um sapato bacana para a festa – as respostas todos sabem.

Enquanto o desemprego é um dos fatores causadores de tudo isso, nossa elite política está tentando tirar a dignidade do trabalhador empregado.

Este tipo de coisa é bem comum no Brasil, os homens do colarinho branco, ao contrário que muitos pensam, não estão em Brasília só para tomar cafezinho e disparar esculhambações uns contra os outros educadamente e divertir a população com coisas do tipo: “Vossa Excelência é um filho da puta!”. Quando esses atores saem do palco, nas coxias eles apertam as mãos, dão tapinhas nas costas e se agregam em torno de interesses comuns. Interesses da classe que representam.

A última cartada dos caras foi a poucos dias atrás, aprovaram um lance que já rondava na Câmara Federal a alguns anos. Vamos rodar um filminho: em 03 de outubro de 2001, o presidente Fernando Henrique Cardoso enviou ao Congresso o Projeto de Lei 5.483/2001 que visava à “flexibilização das relações de trabalho” o qual visava a alteração do artigo 618 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Essa CLT são as Leis criadas desde o período de Getúlio Vargas que regularizam as relações de trabalho dentro dos padrões capitalistas, o que já é uma desgraça para o trabalhador, mas que pior seria se pior fosse.

A CLT tem suas imperfeições, mas inegavelmente tem seus méritos. É certo que as Leis devam ser algo de aperfeiçoamento, afim de acompanhar as evoluções da sociedade, mas há que se ter cautela para que tais modificações não venham a interferir nos direitos já adquiridos pelo trabalhador.

Esse tal projeto de Lei, que visa “flexibilizar” as relações de trabalho, não trata de forma clara dos temas (como sempre). Segundo a CUT (Central Única dos Trabalhadores) esses aspectos estão implícitos e vão prejudicar os trabalhadores. As conseqüências serão desastrosas para o trabalhador, pois direitos conquistados poderão ser alterados ao bel prazer dos empregadores. Benefícios como férias, 13º salário, seguro-desemprego, salário-maternidade, poderão ser pagos parceladamente ou até suprimidos. O tal projeto favorecerá o capital em detrimento ao trabalho.

Pois pasmem! O projeto já foi aprovado pela Câmara Federal e já está no Senado, tramitando sob o nº. PLC 134/01 e o Senado está para deliberar. O relator é o Senador Mendes Ribeiro (PFL/RO).

E ai? Quem votou a favor? Que deputados federais votaram contra o trabalhador que votou nele? Por que votaram? – simples, eles em sua maioria são empregadores, latifundiários, gente grã-fina. Aprovar Leis que os garanta ganhar com essas Leis.

Enquanto muitos trabalhadores não sabem mais nem em quem votaram nas últimas eleições, sofrem com a bola de neve que ajudam a criar. A maioria dos deputados que votaram a aprovação do projeto são do PFL e do PSD e dois deles que aprovaram, foram bem votados aqui em São Vicente Férrer. Esses indivíduos só não votam Leis que acabem com suas mordomias parlamentares.

Só há uma possível e distante saída: A mobilização política da massa trabalhadora é que poderá barrar esse desmonte dos direitos trabalhistas. Infelizmente isso é uma coisa meio longe, muitos brasileiros só vão pra rua “atrás do trio elétrico” ou quando são insuflados pela Rede Globo de Televisão como no “Fora Collor!”. A maioria nem se sindicaliza por medo ou para não tirar 10% do salário para pagar um sindicato, enquanto só servem para encher comício e urnas e depois receber golpes.

É preciso encarar a política com mais critérios e seriedade, porque muitas vezes a culpa é só nossa.

Esses eventos a Rede Globo não mostrou, para também ter a liberdade de não ter que mostrar que o seu contrato com o Ministério das Comunicações a respeito da licença do canal 13, está para ser renovado por mais 15 anos. Enquanto para nós em acontecimentos como esse só resta o refrão da canção para dançar e dançar mesmo:

“É debaixo dos panos que eu me atolo

Que eu me dano sem ninguém saber

É debaixo dos panos

Que a gente entra pelo cano

Sem ninguém ver...”

Escrito por: Kleber Henrique

E-mail:prof_kleber_henrique@hotmail.com"

Professor de História

Umas Palavras

Jessier Quirino (Artista, escritor e poeta popular)

Data: 16/10/07

Local: Escola Coronel João Francisco (Jornada Pedagógica do Curso Normal Médio).

Local: Escola Coronel João Francisco (Jornada Pedagógica do Curso Normal Médio).

Cuca Livre: Quem é Jessier Quirino?

Jessier Quirino: (risos) Eu costumo dizer que sou arquiteto por profissão, poeta por vocação e matuto por convicção. E, antes do poeta, nasceu o declamador, eu sempre fui muito de declamar, sempre fui de colocar força e inflexão no ato declamatório. Eu fazia isso com poemas de outras pessoas, outros poetas como Catulo da Paixão Cearense, Patativa do Assaré, Zé Louretino, sempre poetas que tratava desses valores do campo, e depois, só um pouco depois, é que eu comcei a fazer minha própria poesia. Em 1996, e de lá pra cá já são 11 anos com 7 livros publicados, 4 cds gravados e por ai vai.

Cuca Livre: Como se deu o despertar da poesia e da escrita em sua vida?

Jessier Quirino: Na realidade, foi a partir de um processo de observação, talvez eu tenha um pouco dessa coisa do arquiteto, eu sempre tive um poder de observação muito grande e também de memória. Então esse trabalho de observar, eu digo até que sou um prestador de atenção das coisas do mato (risos) de tanto eu prestar atenção, eu procurei fazer isso com a rima, com a métrica, lapidar as palavras e fazer os poemas. Eu na realidade não pensava que essa poesia “garranchenta” como eu digo, como uma casinha de “duas águas” fosse ter um destaque literário. E hoje felizmente eu tenho um reconhecimento muito grande e eu deixei até de ser arquiteto para ser artista e hoje vivo nos palcos, defendendo a minha poesia a golpes de declamação por todo Brasil.

Cuca Livre: Em seu primeiro Cd, uma das faixas é “comício em bêco estreito” é bem um retrato da realidade política dos interiores do país. Para você o que favorece a permanecia dessas praticas?

Jessier Quirino: Na realidade eu tenho uma postura critica com relação a política, e uma postura critica independente de partido, é uma postura critica com relação à política. A política é muito caricata, ela pede até esse tipo de critica, porque a gente faz uma coisas assim jocosa, meio engraçada, mas é uma coisas que a gente coloca o dedo numa ferida, num câncer, num vicio que já acontece no Brasil a muito tempo e que infelizmente continua acontecendo. A prática disso, como foi feito a pergunta, eu acho que devesse única e exclusivamente à impunidade. E cabe a nós, poetas, escritores, vocês que trabalham com arte, com cultura, com teatro, sempre que possível tratar esses assuntos, mesmo de forma jocosa ou com uma critica mas contundente, com tanto que sirva de alerta e que provoque a reflexão já é algum papel que nós como artistas estamos obrigado a fazer e devemos fazer.

Cuca Livre: Num país de tanta surpresas desagradáveis no tocante à ética na política. Em sua opinião, existe saída?

Jessier Quirino: Eu acho que apesar de cada vez mais a gente ver escândalos sucessivos de um lado e outro, a gente tem que confiar nas instituições. As instituições existem e está sendo colocada em prática, o Ministério Público, por exemplo. Infelizmente ainda existem algumas manobras por conta exatamente dessa impunidade, mas as instituições existem e a gente tem que confiar nessas instituições.

Cuca Livre: Como você encara a educação no Brasil da atualidade?

Jessier Quirino: A educação, digamos assim, é sofrível, principalmente a educação pública não é? A educação paga sempre conseguiu alguns meios da coisa andar e continua sofrível tanto no pago, quanto no público né? Só que a educação pública essa é que é a base de tudo, onde deve haver um maior investimento, uma coisa que no passado já houve. Eu tenho irmãos mas velhos e amigos mas velhos em Campina Grande, pais que tinham 11 filhos doutores formados pela escola pública e para você hoje ter essa qualidade na educação como tinha há algum tempo atrás, está sendo muito difícil até na paga, até na educação paga. Então, eu acho que de forma sofrível, mas com alguns mecanismos, com ferramentas, tipo internet, ou coisas deste tipo já tem ajudado e isso é uma alavanca que a gente deve sempre que possível, lançar mão.

Cuca Livre: Como é ser escritor num país de maioria não leitores?

Jessier Quirino: Incrivelmente o que tenho observado é, eu publiquei meu livro em 1996, de lá pra cá, eu já vi muitas pessoas me pedirem para prefaciar livros deles, algumas pessoas, as vezes, até questionavam em não ter a oportunidade de fazer seus livros. O que tenho observado é que existe muita gente escrevendo, talvez até exista mais gente escrevendo do que lendo (risos). O que eu costumo dizer é que esse hábito deve ser quebrado com a presença do professor, acho que o professor, fazendo com que na sala de aula os alunos observem o universo da poesia e os mesmos com coisas simples, eu faço uma poesia muito simples, com coisas muito simples, como uma lata d’água, uma catemba de coco, duma cerca, duma paisagem boba, duma bodega e isso são coisas palpáveis para o universo do aluno. Então, de repente, ele pode chegar aqui com um trabalho da escola e fazer um ensaio duma plantinha qualquer, duma safra que tenha no sítio dele. Então eu acho que o professor pode despertar o interesse do aluno por essa causa, a causa da literatura, a causa da escrita, a causa da poesia.

Cuca Livre: Que caminhos são possíveis para um resgate de nossa identidade regional num mundo Globo-Colonizado?

Jessier Quirino: O resgate acho que já está havendo, os grandes centros estão pagando um preço muito alto pelo progresso. A violência já generalizada, o caos urbano do transito, o caos das moradias, as instalações, a infra-estrutura básica que não acompanha o crescimento das cidades. Então os olhares para o interior já estão sendo voltados com um certo romantismo. Isso no passado, as pessoas tinham uma certa reserva, as pessoas quem saiam do interior e que iam embora para São Paulo, iam embora para Recife, eles faziam questão de dizer: “estou há 8 anos em São Paulo ou estou a 8 anos em Recife” sem fazer ao menos referencias as suas bases. Hoje, já é o contrario, o cabra que mora lá em recife, já diz: ”eu sou de São Vicente Férrer, eu sou de Macaparana, eu sou de Timbaúba” ele faz questão de dizer que são matutos. Eu observo isso quando vou fazer meus recitais, quando eu vou fazer os autógrafos, cada um chega pra mim dizer: “eu sou um matuto de Ferreiros, eu sou um matuto de São Caetano”. Então, a gente observa que esses valores do campo que hoje são cantados e decantados exatamente porque os valores do caos urbano está ofuscando tudo e as pessoas estão lançando mão dessas ferramentas que é mais uma benção que Deus nos deu.

Cuca Livre: Que estratégias podemos usar na valorização dos poetas populares?

Jessier Quirino: Eu acho que é a união, eu acho que o mais importante nisso é as pessoas se unirem. Infelizmente, na cultura, principalmente no meio artístico há uma certa desunião. Por exemplo, Chico Science do Manguebeach, ele fazia referencia a isso no “caçuá de caranguejo” – quando um ta subindo, vem outro e agarra no outro e arrasta. Então eu acho que há uma desunião entre os próprios artistas. Se houver união entre artistas, a classe política e a classe de educadores, essa união vai fazer com que esse produto, acabado ou não tenha visibilidade. Agora sem união não, as vezes até um consegue se destacar, então esse aqui que está se destacando e pode ser boa vitrine (faz gesto) para esse aqui que não conseguiu se destacar ainda, ai esse vem e arrasta esse outro aqui pra baixo. Isso ta acontecendo muito hoje com o forró, você ver essa manipulação de você fazer o forró metalizado, descaracterizando toda uma história de uma música e ainda vem a industria de cima para baixo. Então o que acontece é: quando um forrozeiro e tal ele está crescendo aqui, ai aparece outro aqui por baixo para arrastar o camarada para ele não conseguir aquele patamar. Então eu acho que o ponto básico seria união.

Cuca Livre: Seu objeto de maior inspiração é o matuto nordestino. Como se dar o processo de laboratório de construção poética em meio as suas ocupações da vida cotidiana e artística?

Jessier Quirino: A adolescência, a vivencia durante a adolescência é muito forte na vida de qualquer cidadão. E a minha adolescência foi muito marcada exatamente por valores do campo. Eu sou de C.G e Campina Grande para o universo da poesia que trabalho é uma cidade até meio cosmopolita, digamos assim. Eu trabalho minha poesia numa cidade bem menos do que Campina Grande, mas eu convivi muito com o sertão da Paraíba, com Jericó, com Catolé do Rocha. Catolé do Rocha é a terra de Chico César no sertão da Paraíba e tudo na adolescência, entre 11 e 17 anos. Então, foi um período fértil pra minha cabeça que estava capitando bem aquelas imagens e talvez o mas importante nisso é uma simpatia minha pela causa. Eu sempre tive uma simpatia muito grande pela gente do mato até pela graça que o matuto têm, e uma espécie de idolatria ao vaqueiro e pela bravura do caboclo sertanejo. Eu assistia muitos filmes medievais de espada, “Ricardo Coração de Leão”, “Ivanhoé” e eu via aqueles guerreiros medievais, com aqueles escudos, e pela primeira vez que vi um vaqueiro, chegando paramentado de jibão, de perneira, de luva, e de botas, em cima de um cavalo, numa pega de boi, eu vi que aquilo era a coisa mais parecida com um guerreiro medieval. Então isso é uma imagem que tenho da adolescência e, apesar de hoje eu não ter mais tempo de fazer isso, por está nos palcos, toda minha poesia, toda minha visão poética da coisa é agregada à essa visão da adolescência.

Bate Bola

Cuca livre: O mundo?

Jessier Quirino: O mundo é um abraço de paz e de amor.

Cuca livre: As pessoas?

Jessier Quirino: As pessoas devem se unir e devem dançar juntas nesse mundo.

Cuca livre: uma tristeza?

Jessier Quirino: É fazer mal a uma criança..

Cuca livre: Uma possibilidade?

Jessier Quirino: Nunca desistir.

Cuca livre: Uma palavra?

Jessier Quirino: Amor.

Cuca livre: Uma frase?

Jessier Quirino: Um abraço forte feito leite de jumenta preta (risos)

Cuca livre: Um sonho?

Jessier Quirino: Ver o nosso Nordeste e os valores do campo bem tratados.


Balaço Legislativo


Mês: setembro/2007

Fonte: Livro de Atas da Câmara Municipal de São Vicente Férrer (Casa Benigno de Moura)

Parlamentares: Antonio Manoel Marx Filho, Fernando Mendes Ribeiro, Maria Silvana Cavalcanti, Paulo Barros de Farias, Senaquerib Coutinho (Vice Presidente), Vicente Férrer de Albuquerque, Luiz Gonzaga da Silva (Presidente), Geudi Barbosa da Silva, José Elias da Silva.

06 de setembro de 2007 – Reunião Ordinária

Grande expediente: (em ordem de fala)

· Maria Silvana: se dirigiu ao líder do governo na casa sobre questionamentos feitos pela população à respeito da paralisação das obras de reforma da Unidade Mista Edson Régis e perguntou se a mesma será reiniciada e qual o prazo para concluir. Questionou pelo concurso público se a prefeitura pretende realizá-lo pois muito se comentou e até a presente data nada se concretizou falou da necessidade de um agente de saúde na área onde reside.

Aparte: o presidente e vereador Luiz Gonzaga disse conhecer a situação e já conversou com o prefeito que vai providenciar uma redistribuição dos agentes de saúde naquela área.

· Vereador Antonio Manoel: apelou mais uma vez ao presidente da casa que entre em contato com o assessor jurídico e agende uma reunião para que seja elaborado um documento à CELPE, solicitando o que determina a Lei Municipal, a qual isenta os proprietários rurais da taxa de iluminação pública. Pediu a colaboração dos demais parlamentares para a solução dos problemas. Solicitou também elaboração de documento à Secretaria de Defesa Social do Estado, requerendo efetivo policial para o distrito de Siriji. Chamou a atenção a um problema existente à margem da pista nas proximidades do distrito de Siriji, onde colocaram estrume, que segunda informações estes são fezes humanas e foram encontradas também materiais hospitalares. .

Ordem do dia: Projeto de Lei nº. 003/2007 de autoria do Sr. Prefeito municipal, o qual dispõe sobre a revisão do Plano Plurianual 2006/2009 para o exercício de 2008, foi aprovado unanimemente.

13 de setembro de 2007 – Reunião Ordinária

Oficio nº. 218/07 de autoria do chefe do Poder Executivo, como também o Projeto de Lei nº. 006/2007, o qual altera o art. II do Código Tributário Municipal. Foi discutido também a indicação nº. 033/2007 do Vereador Fernando Mendes, a qual solicita do Sr. Prefeito a construção no Loteamento Aurora (junto ao cemitério) de uma praça e que o terreno ao lado seja doado a igreja católica. O Vereador Antonio Manoel pediu uma boa analise no Projeto de Lei nº. 006/2007 para que a CELPE cumpra com o que determina a Lei.

Grande expediente: (em ordem de fala)

· Vereador Senaqueribe Coutinho: Disse que o vereador Fernando Mendes tem toda razão em se preocupar com a construção da Igreja no Loteamento Aurora, porém a área junto ao cemitério será usada na ampliação do mesmo. Falou da situação das estradas de terraplanagem e citou também o melhoramento da Chã do Esquecido.

· Vereador Vicente Férrer: Falou sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias para o próximo ano e que os pontos combatidos pela oposição na reunião anterior continuavam da mesma forma. Fez leitura dos artigos 26,29,46 § 4º e 114 do Projeto de Lei nº. 004/2007, fazendo ver a todos as conseqüências que trará principalmente aos servidores municipais e a toda população vicentina. Pediu apoio de todos para as audiências públicas e que a comunidade possa participar.

· Vereador Antonio Manoel: Fez a leitura do Projeto de Lei nº. 06/07 mostrando aos presentes que na casa já existe uma lei que isenta os moradores da Zona Rural de pagarem a taxa de iluminação pública pedindo o apoio de todos, pois o ideal seria que a CELPE devolvesse todos os valores cobrados das taxas do pessoal das zonas rurais e se necessário que se colocasse na justiça. Teceu comentários sobre a inauguração no dia 07 de setembro dos 20 computadores para a Escola André Cesário em Siriji.

· Vereador Fernando Mendes: Fez observação que só os vereadores que possuem propriedades rurais é que criticam a taxa de iluminação pública .Fez ver a todos que a cobrança da taxa é remetida a prefeitura e que o que mais se ver são postes sem lâmpadas. Pediu ao líder do governo que junto ao Secretario de Obras providenciassem a colocação de piçarro na estrada de Fervedouro.

· Vereador Senaquerib: Disse que o vereador Fernando Mendes é despreparado para usar a tribuna e que há em nosso município muitos proprietários rurais, e não é porque ele, Antonio Manoel e Silvana morarem na Zona Rural que querem se isentar da taxa de iluminação pública e sim porque é uma medida que beneficiará todos os proprietários rurais.

· Vereadora Maria Silvana: Falou que na reunião passada cobrou informações sobre a reforma do hospital e sobre o concurso público e ninguém se pronunciou. Falou do cemitério da Chã do Esquecido e o desrespeito continua, a população prejudicada e a oposição sem respostas, mas que ela não desistirá de lutar.

· Vereador Paulo Barros Farias: Disse que o vereador Fernando Mendes deveria ler o Regimento Interno, porque quando usa a tribuna se dirige aos pares e não a platéia. Falou que em breve será dado inicio ao sistema de abastecimento d’água no Alto Santa Terezinha, e quanto à reforma do hospital foi informado que a verba foi insuficiente, mesmo assim o Sr. Prefeito vêm investindo recursos próprios.

Ordem do Dia:

Projeto de Lei nº. 004/2007 de autoria do Chefe do Poder Executivo dispondo sobre o orçamento para 2008. após discussão recebeu 3 votos contrários dos vereadores: Fernando Mendes, Maria Silvana e Vicente Férrer e 5 votos favoráveis dos demais vereadores.

* Vereador Vicente Férrer: Justificou seu voto Contrário ao Projeto do Orçamento para 2008, tendo em vista que já e o 3º ano do mandato do prefeito e os salários dos servidores municipais continuam achatados, pois o art. 29 da incentivo à demissão voluntária e não ver tal atitude como solução, por isso a bancada de oposição votou contra.

* Vereador Antonio Manoel: Justificou seu voto a favor da Lei do Projeto, pois jamais deixaria de votar em algo que beneficie o município, disse está consciente de seu voto.

* Vereador Fernando Mendes: Falou sobre o achatamento salarial dos funcionários e os prejuízos que estão tendo com essa atitude do Sr. Prefeito em juntar abonos, qüinqüênios para igualar o salário mínimo e não é justa tal medida.

20 de setembro de 2007 – Reunião Ordinária

Grande expediente: (em ordem de fala)

· Vereador Fernando Mendes: Comentou sobre a falta de humanidade à respeito do falecimento do Ex-Vereador Sr. Jader Pereira que não recebeu nenhuma homenagem da casa. Teceu críticas ao programa Chapéu de Palha em nosso município, disse que tem em mãos um abaixo assinado e convocou a todos os cidadãos que se inscreveram e não estão recebendo os salários ou que receberam incompletos que assinem, pois acionará o Ministério Público para tomar as providências cabíveis. Citou varias ruas que se encontram escuras. Apelou ao líder do governo para que solicite ao Secretario de Obras que providencie a restauração do Bueiro da Praça Pedro Pereira Guedes. Criticou a Obra de reforma da Unidade Mista Edson Régis que se encontra inacabada.

· Presidente Senaquerib: Disse que o vereador Fernando Mendes quer ditar regras, mas dispensa seus conselhos e ensinamentos, disse ser um homem simples, mas com vários mandatos, tendo experiência na vida pública. Esclareceu que o coordenador do Programa Chapéu de Palha é o professor Iralfredo, homem simples e dedicado ao trabalho, que o programa de inicio adotou o critério de beneficiar os canavieiros da entre safra e posteriormente beneficiou outros trabalhadores, que se houve erros os mesmos serão corrigidos, e inclusive foi enviado relatório ao Governo do Estado para tomar as medidas. Segundo comentários o coordenador está ficando com o dinheiro, mas isto não procede. Disse ainda que nas gestão do prefeito amarelo, houve o programa da Frente Produtiva, onde parentes do gestor foram beneficiados. Falou ainda que o prefeito amarelo derrubou a casa de Paulo Galdino e derrubou o prédio do chafariz.

· A parte: Vereador Geudi Barbosa disse que o chafariz era de grande utilidade pública era o local destinado à lavagem de roupas da população mais carente e questionou: “quem doou a barraca do Sr. João Bosco situada na citada praça?”

Senaqueribe agradeceu pelas palavras do companheiro, falou sobre o governador do estado, homem de visão, com bom assessoramento, que o mesmo não pode em 9 meses de governo resolver uma herança maldita de 8 anos anteriores.

Ordem do Dia:

Votação do projeto de Lei n.º 004/2007 de autoria do Chefe do Poder Executivo, dispondo sobre as diretrizes orçamentárias para 2008.

Após discussão e votação, recebeu 3 votos contrários dos vereadores: Fernando Mendes, Maria Silvana e Vicente Férrer e 5 votos favoráveis dos demais vereadores. Sendo por tanto aprovado.

· Vereador Fernando Mendes: Justificou seu voto contrário, por achar que o mesmo em seu art. 29 prejudica os servidores municipais.

· Vereador Senaqueribe: Me informou que a energia das pequenas propriedades saem direto do medidor, não sendo justo que paguem taxa de iluminação pública. Chamou a atenção de todos para a presença do ex-vereador José Helio que está assumindo seu cargo de suplente após o afastamento do vereador José Elias da Silva.