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quinta-feira, 20 de março de 2008

Pensar é Causar!

ESPERMATOZÓIDE NA CUECA NÃO ENGRAVIDA


Temos acompanhado pelos jornais, revistas, tv, internet, etc., as notícias sobre o rumo da transposição do rio São Francisco, mas, até o presente momento ninguém sabe de qual lodo deve ficar. Você caro leitor é a favor ou contra a transposição do rio São Francisco? Esperamos que essas poucas palavras possam gerar um debate a cerca do tema proposto, pesquisas por parte do leitor para melhores esclarecimentos e um posicionamento mais compromissado com as questões que se referem a utilização do dinheiro público.

O rio São Francisco nasce no município de são roque de Minas Gerais, no Parque Nacional da Serra da Canastra, e se origina em três olhos d’água. Em sua nascente foi colocada uma estatua de São Francisco batizando assim o rio com o mesmo nome do santo católico.

É conhecido como o rio da integração nacional pelo fato da sua gigantesca importância para todas as regiões por onde passa. Suas águas correm para o norte e pelo semi-árido, regiões que sofrem pela ausência de água, e desde muito tempo já se vinha discutindo sobre as possibilidades desse beneficiar os lugares que carecem de recursos hídricos.

Desde os primeiros questionamentos a cerca da dita transposição do rio São Francisco que os embates tem se tornado mais consistente e despertando o interesse de vários setores da sociedade brasileira pelo assunto.

De um lado ambientalistas que se dividem em suas opiniões. Parte destes acredita que tal atitude pode resultar na secagem definitiva do rio. Outros acreditam que pode causar prejuízos irreversíveis ao ecossistema, como o fim dos manguezais e dos caranguejos, por conta da diminuição das águas, como também, problemas na reprodução dos peixes. O que afetaria as populações ribeirinhas que vivem da pesca. Dessa forma, a transposição do rio São Francisco estaria dando margem pra uma série de outros problemas de caráter social.

Mas, o rio São Francisco precisa tomar umas boas vitaminas, ele esta anêmico. E um anêmico não poder doar sangue. É necessário cuidar das suas nascentes, da sua fonte de existência para que o mesmo continue vivo e apto para doar água para outras regiões.

A igreja católica manteve-se contrária a transposição do rio desde o início. Mas, como pode a igreja católica ficar contra a uma ação que beneficiaria mais de 12 milhões de irmãozinhos? Certamente isso ainda sejam resquícios de um legado pernicioso em alguns de seus representantes que ainda insistem em interferir nos assuntos do Estado.

Só para refrescar a memória vamos nos transportar para a Idade Média onde a igreja católica mandava e desmandava. Um tempo que segundo Leo Huberman em sua obra intitulada história da Riqueza do homem, a igreja era tremendamente rica. Calcula-se que possuía entre um terço e metade de toda terra – e, não obstante, recusava-se a pagar impostos ao governo nacional.

A Igreja Católica Romana defendia a monarquia porque a considerava a melhor forma de governo para fazer seus conchavos. No entanto, sempre deixavam escapar conversas de que o papa era superior nos negócios humanos, e isso, se perpetuou pela história da humanidade chegando até os dias atuais. Mesmo com a reforma protestante ou reforma burguesa e a expansão do islamismo que abalaram significativamente a estrutura clerical em termos de adeptos, sua economia e influência nas decisões políticas.

A idéia protestante de incrementar a democracia no governo favoreceu a quebra da hegemonia católica de mentalidade extremamente conservadora da hierarquia social, antidemocrática e monopolizadora dos conhecimentos.

Não estou querendo defender e muito menos incentivar às práticas protestantes, até porque estes também se manifestaram na reforma protestante com interesses particulares usando a religião como pano de fundo e o povo como bucha de canhão para consolidar os seus interesses obviamente econômicos.

Não seria a greve de fome do bispo Luiz Cappio, de Barra (BA), uma estratégia para verificar como anda o ibope da igreja católica nas decisões pertinentes ao estado? A igreja católica não estaria fomentando a miséria das regiões que deveriam ser beneficiadas pelas águas do “Velho Chico” na intenção de continuar preservando os fiéis segundo os interesses particulares, uma vez que, quanto menos esclarecido o povo for, melhor para aliená-los?

O bispo ficou sem comer por quase um mês inteiro, mas sempre bebia água e de boa qualidade. Será que não quer que o povo do semi-árido beba água?

No cenário político, os políticos se dividem quando o assunto é a transposição do rio São Francisco. A antiga ala discorda em gênero e grau com a transposição, apenas porque não foram eles que deram o ponta pé inicial para a realização das obras, ou porque estariam proporcionando condições de vida digna para os habitantes de seus “feudos”.

Estes, sendo beneficiados pelo rio não precisariam mais de caminhão pipa trazendo água com gosto de ferrugem e de cestas básicas acompanhadas de medicamentos que geralmente são obtidos com o dinheiro público, que são pouco fiscalizados por estas bandas. E tudo isso deve ser pago no dia da eleição, preservando os mesmos políticos que se posicionam contrário a transposição do rio São Francisco.

Para os que estão à frente das obras o prestígio e certa garantia de volta ao governo em um futuro não muito distante.

Acredito que apenas a água não fará de nossos irmãos do semi-árido um povo isento de explorações políticas, religiosas e econômicas. Por isso, se faz necessário outros tipos de transposição como na área educacional e econômica, de preferência da região sul e sudeste onde se encontram os melhores índices de aprovação escolar, exames nacional, etc., e desenvolvimento econômico.

No que se refere ao religioso que fez uma greve de fome manifestando sua posição contrária a transposição do rio, acredito que o mesmo realizou uma atitude democrática e que devem ser deixadas à sua liberdade as escolhas particulares. Contudo, frear as obras ou continuá-las, também pode ser compreendido como um exercício da democracia.

Viver em um estado democrático tem suas desvantagens, nem sempre conseguimos o que queremos. Todavia, as decisões devem ser sempre tomadas para melhoria da maioria, o que geralmente não acontece por conta de interesses de uma minoria.

Mas, os ambientalistas estão com a razão ou será que tudo isso não passa de uma febre, um modismo que em pouco tempo desaparecerá?

A igreja quer mostrar o quê com essa atitude do bispo Luiz Cappio ao fazer uma greve de fome?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é mesmo bonzinho por querer fazer a transposição do rio? A oposição existe ou o que existe na verdade é apenas um conchavo entre as partes?

Envie suas dúvidas e posicionamentos a cerca do tema discutido. Será uma enorme satisfação poder interagir com você.

consulte

www.fundaj.gov.br/docs/tropico/desat/fran.html

www.wikipedia.org/wiki/Transposição_do_Rio_São_Francisco

www.educacional.com.br/noticiacomentada/051007not01.asp

www.integracao.gov.br/saofrancisco/

www.permanencia.org.br/revista/politica/episcopado.htm

Leo Huberman. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar editores S.A., 1985.

Escrito por: Daniel Ferreira

Professor de História e Especialista em História do Nordeste.

E-mail: prof_daniel.al@hotmail.com

2 comentários:

Anônimo disse...

Não sou a favor da transposição do rio São Francisco, talvez porque não li o suficiente para que me convecessem do contrário, mas acredito que muitos outros projetos poderiam ser feitos para resolver a questão da seca.

Quem viaja pelos sertões, encontra muitas fazendas cheias de plantações de maconha, todas verdinhas como oásis no meio da sequidão do solo. Como será que eles conseguem manter aquilo tudo verde?
Acredito na falta de boa vontade dos governos em facilitar projetos que custarão menos e suas verbas poderão ser desviadas em menor quantidade.Que inclusive já foi feito em muitos casos mas não teve grande repercussão.

Outra coisa, a igreja católica mesmo com muitos erros e ainda na sua luta incansável para tentar voltar ao poder, consegue manter alas que se preocupam com questões socias.
Um exemplo é a guerreira "Teologia da Libertação" que mantem com dificuldades a pastoral da terra, buscando na medida das suas condições ajudar este povo que vive lutando pelo seu chão.
Não creio que a intervenção da igreja seja para manter as pessoas na miséria, mas em boa parte dos casos é porque se preocupa mesmo com o andamento desta grande obra faraônica.

JoyceSantos disse...

Gostei bastante Daniel do texto!!
É bem interessante, porque as vezes naum abrimos nossa mente para pensar q existe um outro lado na história, nos prendemos a só o que diz no jornal e esquecemos q sempre teve toda uma influencia que leva a mostrar tudo de um jeito muito facil, sempre beneficiando só uma classe. É sempre bom ter materias assim mostrando outras faces das historias para q ai sim possamos criar nossa propria opiniao!

Só tenho uma duvida:
Qual o sentido do titulo??

bejo e até a proxima ediçao do cuca!!