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quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Liberducação

A escola é um local de preconceito?


Há um mês atrás, abracei a idéia de organizar na escola Coronel João Francisco uma homenagem ao dia da consciência negra. Preparei convites para os professores da escola (imagine ter que convidar os professores a participar de uma atividade que já está incluída no calendário da sua própria escola), para as escolas particulares e públicas da cidade.

Elaborei uma lista onde os professores deveriam colocar o seu nome, a turma e a atividade que seria apresentada no dia 20 de novembro. Tomei esse procedimento por conta de “três” FACÇÕES existentes na escola. A primeira FACÇÃO (FMMICAC – Faço, mas me importo com as críticas) concentra os professores que adoram se envolver nas atividades realizadas pela escola ou promover eventos e projetos que estimulam o aprendizado de seus alunos. Deixando as aulas rotineiras e cansativas e partem pra estratégias pedagógicas mais eficazes e significativas. No entanto, depois que terminam seus trabalhos passam grande parte do tempo satirizando as críticas recebidas, estimulando seu alunado e os amigos a pegarem carona na sua indignação.

A outra FACÇÃO (NFETRDQF – Não faço e tenho raiva de quem faz) Apenas critica. Faz questão de não se envolver em absolutamente nada que seja da escola. Diz que não participa porque não sabia, não foram convidados, e outras coisas do gênero. O fato é que este grupo que diz ter a experiência, o saber, possui uma hegemonia que os torna “os intocáveis”, suas vozes ecoam de forma totalitária nas decisões que evidenciam o crescimento da escola, e rotulam de maneira pejorativa os colegas de trabalho que se comprometem com uma prática diferenciada.

A outra FACÇÃO a (DEA – Deixa eu aparecer) ela é bem novinha, acho que ainda está esperando a papa esfriar ou uma oportunidade para colocar as unhas de fora e gosta de centralizar as atividades em quem as promove. Não buscam envolver os colegas de trabalho, sequer os convidam para prestigiar os trabalhos que geralmente são produzidos pelos alunos. Esses tipos de eventos apenas promovem o organizador e a escola recebe um mérito de vidro barato, e os alunos que deveriam ser alvo desses trabalhos ficam sujeitos a posição de figurantes.

Evidentemente, todas essas FACÇÕES que acabei de mencionar, são frutos de ações puramente humanas construídas em um tempo e espaço. Contudo, ser construído em um tempo e lugar não significa estar necessariamente preso a ele. Assim, aperfeiçoar os métodos de ensino e o próprio jeito de se relacionar com os colegas de trabalho são questões essencialmente de escolhas. E isso, contribuirá com o crescimento da empresa (escola), tornando a sala de aula um ambiente mais prazeroso, com vínculos afetivos entre o educador e o educando que permitem estimular o interesse dos alunos pelos conteúdos à serem abordados pelo professor.

Tentei descentralizar a consciência negra esse ano, talvez, seja muita pretensão de minha parte, mas, acredito que dei os primeiros passos nessa direção. Passei algumas noites sem dormir pensando na lentidão em que as coisas se programavam; fiquei extremamente angustiado quando dias antes das apresentações pude ver que a maioria das turmas não haviam nem escutado sobre as homenagens e palestras no dia da consciência negra.

A escola Coronel João Francisco tem permitido a realização de eventos extremamente importantes para a formação de alunos críticos-reflexivos, como é o caso do dia da consciência negra. Cabe apenas aos seus educadores saber aproveitar essa abertura e realizar mais eventos dessa natureza.

Desde que foi decidido vivenciar o dia da consciência negra que se traziam palestrantes de outras cidades, sempre na intenção de compartilhar conhecimentos a cerca do racismo, sistema escravista, danças de origem africanas, comidas, religiosidade, etc., porém, neste ano de 2007 os palestrantes foram os alunos do curso Normal Médio da própria escola Coronel João Francisco, foram eles: Flávio e Andreza do I NM com a temática “moda e beleza negra”, Ivânio do II NM discutindo “se há discriminação por parte da polícia em relação ao negro”, Elizabete e Rubenise do III NM abordando o “mercado de trabalho para o negro” e Allan do IV NM esclarecendo sobre o “sistema de cotas para negros”.

O professor de História Kleber Henrique um dos pioneiros deste evento também esteve presente expondo o tema “etnia e religiosidade afro-descendente”. Este abordou o tema de forma bastante cuidadosa, sem ferir a preferência religiosa de qualquer indivíduo presente, utilizou uma linguagem acessível aos alunos das diversas séries, semeando palavras de entendimento sobre as diferenças étnicas e religiosas.

Uma boa parte dos professores da escola também se envolveu nas apresentações juntamente com os seus alunos. Esse grupo de professores que chamo de (RAP – repensando a prática), sua participação foi de fundamental importância para a realização da consciência negra.

Fiquei muito feliz em poder ver os alunos palestrando, se posicionando diante de toda a escola. Acredito que essa prática em um dia como esse estimula não só a compreensão por parte dos alunos a cerca da diversidade étnica e as formas particulares de cada grupo humano entrar em contato com o seu deus, mas contribui de forma intensa no surgimento de palestrantes em um futuro não muito distante em nossa escola e comunidade. Lembrando que dessa maneira o aluno passa a ser o centro das atenções e há maior aprendizado, uma vez que, estes, precisam fazer pesquisas em várias fontes, estudar, preparar roteiro de apresentação, etc.

Não posicionar-se contrário ou não participar de qualquer atividade contra o racismo e sobre qualquer forma de preconceito preserva o indivíduo na condição de imparcialidade. Que em grande parte dos casos transporta uma essência “pacifica”, “isto não me interessa”, “não sou da área”, mas, que no fundo manifestam um posicionamento, a inércia. E, essa inércia produz cidadãos que não se manifestam a favor de seus direitos, de uma sociedade menos ignorante, corrupta, faminta, doente, marginalizada pela concentração de riquezas.

Assim, o aluno deixa de ser um espelho da prática do professor-inércia e assume a chefia de imagem original. O aluno exemplifica com ações mais significantes, fiscaliza o perfil do educador, grita por atenção e aula e espera pelos corredores e arredores da escola que o professor se metamorfoseie na prática escola, na avaliação, no discurso e nas idéias.

Porém, essa invenção de ser “imagem original” por parte dos alunos é um processo que tem proporcionado a perda de status do professor dentro do seu próprio ambiente de trabalho. Os alunos com esse perfil não manifestam interesse nas aulas destes professores, não os escutam, não os respeitam e o que é pior odeiam as suas disciplinas e o próprio professor. Aprendem a fingir que gostam do professor, assim como muitos professores-inércia fingem que gostam dos seus alunos.

A minha preocupação neste exato momento é sobre os rumos que isso pode tomar se não refletirmos seriamente sobre qual CARA que São Vicente Férrer deve ter.

O que você acha meu leitor? A escola é um local de preconceitos ou de combate ao mesmo? Você acredita que São Vicente Férrer possui uma cara legal? E quanto aos alunos que possuem uma imagem original, eles estão no rumo certo? As facções citadas no inicio dessa conversa elas são frutos apenas da escola Coronel João Francisco? Na sua empresa (escola) ou no local onde você trabalha existem facções?


Escrito por: Daniel Ferreira

Professor e Especialista em História do Nordeste

E-mail: prof_daniel.al@hotmail.com

3 comentários:

Anônimo disse...

o preconceito meu caro professor é um veneno lento disfaçado de remedio para uma sociedade doente que nega-se a si mesma para poder ter o direito de dizer eu não faço parte dela . orgulho-me de ser negro orgulheme mais ainda de ver em minha cidade natal São Vicente Ferrer berço da discriminação não por maldade mais por muitos anos ter sido tirado o direito do conhecimento hoje vejo em vocês professores de coragem que tentam com as poucas foças que disponhe abrir os olhos daqueles que tem vista mais não enxerga saiba de uma coisa seus trabalho ira reflitir daqui uns 100anos mais quando alguem falar de Historia não vai poder negar que em são vicente teve jovens professores com o mesmo sentimento da princesa Isabel. Parabens Pr. Fernando Maior radialista escritor
estudante doCEFET QUI -Nilopolis RJ

Anônimo disse...

Não vou publicar meu nome para não gerar mais polêmica ainda. Só deixei esse comentário pra que muitos saibam a minha indignação com esse texto fora de sentido. O caro professor ultrapassou os limites, lavando roupa suja fora de casa. Mostrou que não preza nem pela própria posição de educador. O jornal desde que nasceu, vez por outra provoca esse tipo de polêmica, mas é bem classico dessa equipezinha, é uma gente que gosta de agitação, embora tenhamos que reconhecer as inteligências.
Queria que vocês respondessem onde querem chegar??

Anônimo disse...

PROFESSOR DANIEL
SOU ALUNA SUA E UM DIA AINDA LHE DAREI OS PARABÉNS PESSOALMENTE POR TER TIDO ESSA CORAGEM.ESTUDO NORMAL MÉDIO E CONSEGUI VER QUE REALMENTE NÃO SE PODE RETIRAR NEM PÔR NENHUMA PALAVRA A MAIS OU A MENOS NESSE SEU TEXTO PORQUE ELE NÃO É MAIS QUE A PURA VERDADE.O COLÉGIO ESTÁ CHEIO DE GRUPOS, DE DIVISÕES, CADA UM FAZ POR SI.E OS PROFESSORES QUE NÃO GOSTARAM, SIMPLISMENTE ESTÃO AINDA COMPROMETIDOS COM O VER, OUVIR E CALAR, NÃO SEI POR QUE AINDA VEM COM PAPO DE QUE ESTÃO COMPROMETIDOS COM A LIBERTAÇÃO DO SER HUMANO.NÃO TEM NADA DE AGRESSIVO NESSE TEXTO,SÓ A VERDADE É QUE AGREDIU A MUITOS, O TERMO FACÇÃO É USADO CONSTANTEMENTE NA TELEVISÃO E NÃO É PARA DESIGNAR BANDO MALDOSO.
VOU ASSINAR COM UM APELIDO,PARA QUE NÃO VENHA A PAGAR COM A PERSEGUIÇÃO DE ALGUNS DESSES PROFESSORES, POIS SE SÃO CAPAZES DE CRIAR PROBLEMA COM ISSO IMAGINE DO QUE SÃO CAPAZES EM TERMO DE PERSEGUIR.
ESPERO QUE O JORNAL NÃO TENHA ACABADO,POIS JÁ SOUBE QUE MUITOS ESTÃO COMEMORANDO POR TEREM A CERTEZA QUE FOI ESSA POLÊMICA QUE ABALOU AS ESTRUTURAS DE VOCÊS.POR FAVOR NÃO NOS DEIXEM SEM VOZ.
BJIM!!
MALUQUINHA