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sábado, 28 de julho de 2007

Brasil Mostra Tua Cara

A Era das farsas

Analisando a história da humanidade, é possível perceber claramente que ao surgir as diferenças de riquezas nos grupos humanos e, portanto as diferenças de classe, entramos numa fase que perdura até a atualidade e, eu particularmente, denomino de Era das farsas.

Desde quando saímos da pré-história e entramos no que se costumou chamar de civilização, onde sua característica maior é a diferença de classes sociais, ou melhor, dominantes e dominados, interessante apenas para quem está por cima e começou a ditar as regras do jogo social, fomos submetidos a viver dentro dos limites da farsa.

As classes dominantes ao longo da história foram extremamente capazes e habilidosas em criar mecanismos de alienação a fim de induzir cada ser explorado a usar um cabresto, o qual dita as direções sem que ele mesmo perceba.

Um dos mitos mais bem construídos e até hoje defendido em nossa sociedade pela escola, pela família e principalmente pelos discursos de pulmão cheio dos políticos é a grande farsa da democracia. Escuta-se constantemente: “vivemos num país democrático”, “a democracia é o melhor modelo”, “somos uma democracia” e por aí vai o rosário dessas balelas. Sem falar que muitas vezes esse “valioso regime” é imposto até pela força das armas, os EUA que o diga.

Vamos ao conceito de democracia para como diz o sábio matuto “começar do começo”. O conceito de democracia surgiu na Grécia Antiga, e etimologicamente provém de dois termos: demos = povo e krat = força ou poder, portanto, poder do povo. Não existiria forma de governo mais bonita e mais perfeita se não fosse mais uma farsa, mas vamos em frente. A premissa maior da democracia é o cidadão escolher livremente seus representantes para delegá-los o poder de governar em favor da maioria. Agora vem a pergunta que não quer calar: como é possível ser livre onde existe desigualdade? Onde uns tem muito (esses é quem geralmente detém nas mãos o poder) e outros que nada tendo servem como pelegos e massa de manobra.

A necessidade dos fatores básicos para a sobrevivência é justamente o ponto de barganha para a manutenção dessa situação de opressão. O poder econômico suplantando o poder de escolha.

Em nosso país, desde a implantação, ou melhor, a imposição do sistema republicano (1889) até hoje, o discurso dos apologistas da democracia não mudou muito, o povo e a liberdade são seus pilares sustentadores, mas a grande verdade é que a intenção maior é querer o apoio do povo e não lutar pelos direitos do povo, governar em nome do povo, mas contra ele e sua liberdade.

Saber que se governa contra o povo é a coisa mais fácil de se constatar no real, basta olharmos como é que anda a realização das necessidades básicas ao homem como a saúde e a educação, além do direito sagrado à livre expressão do pensamento. Só se escuta as mentiras bárbaras como “a saúde e a educação estão em pleno desenvolvimento”. Basta uma pergunta para ser respondida com o exemplo: Quantos representantes do povo ou seus filhos se servem da educação e saúde públicas? E os atentados à liberdade de expressão é que diga que lascou, basta olhar nossa história mal contada no correr dos seus 507 anos após a invasão e ocupação do território. Só na fase da republica sofremos duas ditaduras cruentas, O Estado Novo (1937-1945) e a Ditadura Militar (1964-1985) onde falar, expor e lutar por direitos era condição básica para justificar até legalmente, a perseguição, a tortura física e psicológica, o degredo e a morte. É, nossa elite, cada vez que se sente ameaçada em perder os seus privilégios mostra que por trás da palma da mão de sua “democracia” existe um cacetete.

É muito comum nos pequenos grotões desse país, vermos às claras, as tentativas de amputar ou aniquilar ações comprometidas com a libertação e o desmascaramento dessas farsas. Usam-se dos meios mais vis de perseguição na tentativa de destruir a dignidade humana. Lênin em sua obra “O Estado e a Revolução”, descreve muito bem isso: “os grandes revolucionários foram sempre perseguidos durante a vida; a sua doutrina foi sempre alvo do ódio mais feroz, das mais furiosas campanhas de mentiras e difamações por parte das classes dominantes. Mas, depois da sua morte, tenta-se convertê-los em ídolos inofensivos, canonizá-los por assim dizer, cercar seu nome de uma auréola de glória, para “consolo” das classes oprimidas e para seu ludibrio, enquanto se castra a substância do seu ensinamento revolucionário, a essência revolucionária da doutrina. Exalta-se e coloca-se em primeiro plano o que é aceitável à burguesia”.

Contudo, eu só queria deixar claro uma coisa: a história não é inerte, nós é quem a construímos e temos o dever de fazê-la melhor. Acredito que o primeiro passo é não contribuirmos mais com as farsas que nos são impostas: se me denomino cristão e não luto por justiça e igualdade, isso é uma farsa. Se sou a favor da democracia e me deixo ser castrado nos direitos, isso é outra farsa. Se tenho conhecimento e me omito a ajudar meu semelhante a ver o mundo por outros ângulos, me comportando como um verdadeiro burro carregado de livros, isso também é outra farsa. O mundo é real e seus problemas são reais, mas a realidade é mutável e depende só de cada um de nós.

Escrito por: Kleber Henrique

Professor de História

E-mail: prof_kleber_henrique@hotmail.com

P.S:. Dedico esse texto à todos que durante a vida lutaram pela democracia apesar dos percalços, à Companhia LIONARTE que com “A Farsa do Poder” vem há muitos anos ajudando a desmascarar mitos e artimanhas enraizadas na política brasileira, ao camarada Josias Albino por sua firmeza e resistência e a todos os leitores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostaria que o Jornal publicasse uma cobrança para a Prefeitura Municipal de São Vicente publicar o edital do tal concurso público que está adiando a tempo. as outras cidades tudo já fizeram, só falta aqui e no proximo ano é ano de eleição e não pode fazer concurso. será que a prefeitura stá adiano até lá para manter os votos dos contratados???