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sexta-feira, 8 de junho de 2007

Os Filhos Deste Solo


A Música Nordestina Ficou Órfã



Segunda-feira, 14 de maio de 2007, faleceu no Recife, no hospital português, Inês Caetano de Oliveira (71 anos), vitima de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que havia sofrido no ultimo dia cinco. Filha de um ex-cangaceiro do bando de lampião e de uma dona de casa. Nasceu em São Vicente Férrer PE, mas cresceu na Paraíba em Campina Grande. Desde criança se envolveu com música – o pai era seresteiro e a mãe, cantora de igreja. Tinha grande apreço por Luiz Gonzaga que ouvia pelo rádio.
Quando moça, Inês Caetano de Oliveira, participou de um programa de calouros numa rádio, acrescentou o Maria ao nome, para que seus pais não percebessem. O locutor, ao anunciá-la, chamou MARINÊS e foi assim que ela se consagrou como estrela e “grande mito da música nordestina”.
Casou-se com o famoso sanfoneiro Abdias e formou com ele seu primeiro grupo no inicio dos anos 1950, junto com o marido e o zabumbeiro Cacau, formou a patrulha de choque do Rei do Baião, tocando nas cidades onde Luiz Gonzaga iria se apresentar. Foi o próprio Gonzagão quem a batizou como a Rainha do xaxado.
Em 1956, gravou seu primeiro disco com o titulo: Marines e sua gente, e era assim que gostava de ser apresentada, como gente do povo e soube absorver tão bem as raízes mais características do mesmo. Marines merece admiração e respeito não só pela grande artista que foi, mas também pela grande mulher corajosa em enfrentar e vencer os preconceitos de uma época em que mulher artista não era bem vista. Essa maravilhosa audácia, levou o país a conhecê-la, reverenciá-la e respeitá-la, além de ter sido só após a passagem e consagração desta estrela é que vieram as outras (Elba Ramalho, Amelinha, Tânia Alves...) para completar a constelação que faz cintilar o céu do Brasil.
É lamentável para nós vicentinos, conterrâneos dessa grande dama da musica popular brasileira, não termos-na visto alegrar nossas festas populares e receber em vida o valor que merecia aqui, seu berço. É uma pena nossa cidade ser identificados apenas como a Terra da Banana, enquanto outras tão pequenas quanto a nossa, se orgulham e têm sua identificação maior em seu filhos. (ex. Conceição do Piancó PB – ‘terra de Elba Ramalho’, Santo Amaro da Purificação BA – ‘terra de Caetano Veloso e Maria Bethânia’, Paraopeba MG – ‘terra de Clara Nunes’ e etc.).
Tudo que fizermos agora em reparação a esses erros, será útil e importante, mas será póstumo, portanto sem vida. Mas como de tudo se tira lições e ensinamentos, é valido a partir de então, darmos mais atenção e valor a quem de fato contribui para o engrandecimento de nossa terra.
A equipe Cuca Livre, lamenta de em nossa primeira edição não termos mais em nosso meio Marinês – ‘O Luiz Gonzaga de Saias’, mas deixar registrado nossa admiração e fazer nossas as palavras do atual ministro da cultura Gilberto Gil: “O Brasil perdeu hoje sua rainha do forró, nossa querida Marinês, a primeira grande cantora nordestina que apareceu nos anos 50, inaugurando um ciclo de ouro da voz feminina na musica do Nordeste. Teve um papel extraordinário e com profundas raízes na alma do povo brasileiro. Era uma pessoa muito próxima, cativante, autêntica, casada com Abdias, um grande sanfoneiro do Nordeste e filha de cangaceiro. Fez do forró sua alforria para a criação plena, enfrentando todos os preconceitos com sorriso largo, intenso, firme e verdadeiro.
Com as bênçãos do mestre Gonzaga, que a ajudou a colocar a voz feminina de uma forma decisiva nas canções brasileiras,Marinês parte e deixa conosco o testemunho da força da mulher brasileira. Nossa Maria Bonita da musica Nordestina”. (05-05-07)

Equipe Cuca Livre: Daniel Ferreira, Josias Albino e Kleber Henrique.

Um comentário:

Anônimo disse...

sempre que posso frequento as festas de SVF, li o Jornal daí que está de Parabéns e concordo com o que tinha escrito sobre a cantora Marinês. parece que a equipe advinhou, o Jornal saiu no dia 15/06 falando que os artistas s´´o são reconhecidos depois de mortos e não tardou para a Prefeitura pegar carona e nomear um são João tão fraco com o nome de Marinês que em vida nunca foi cantar aí.