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segunda-feira, 12 de maio de 2008

Brasil Mostra Tua Cara

Panis et Circenses, do latim: pão e Circo.



“Eu vejo um museu de grandes novidades...” Só mesmo um poeta do quilate de Cazuza para traduzir e eternizar com palavras determinados sentimentos e sensações que nos acompanham e nos vem à tona em algumas situações. Foi exatamente assim que eu e tantas outras pessoas nos sentimos no último 05 de abril. Estávamos diante de um museu de grandes novidades! Em pleno século XXI foi possível se reportar para a Roma decadente da Antiguidade Clássica, se bem que em alguns aspectos já estamos em decadência a muito tempo.
O Império Romano que durou mil anos e parecia implacável e imbatível não se esquivou da ação do tempo que é o senhor da razão e ruiu comprovando a dialética da História e da sabedoria popular que diz sabiamente que “nada é para sempre”.
Nos últimos tempos da Roma decadente, ingovernável e de povo faminto era verdadeiro terreno fértil para surgir revoltas e rebeliões populares, fator que preocupava os governantes da época. Era preciso criar algo que contivesse a revolta do povo. Era preciso apagar qualquer centelha capaz de mobilizar a “rafaméia” contra seu imperador.
Governantes loucos e famosos até hoje como Nero, criaram ações políticas copiadas e seguidas à risca ainda hoje. Uma dessas ações foi a política de “Pão e Circo”, ou seja, construiu-se um grande teatro de arena onde todos as noites haviam espetáculos de luta de gladiadores ou simplesmente colocava-se no centro da arena um cristão qualquer e soltavam-se leões famintos para devora-lo diante da platéia que assistia bem sentada comendo um pão que recebia na entrada do anfiteatro ou circo. Essa política funcionou por muito tempo e ainda funciona. O povo romano passava fome o dia inteiro e se revoltava, mas à noite iam ao circo se divertir com os bárbaros espetáculos e enganar o estomago com o pão que ganhavam do imperador com isso era abafada a revolta popular.
Hoje, a coisa de modernizou, o pão e circo tornou forma de cesta-básica e trio elétrico. Para conter a revolta com a fome, com o desemprego com o sistema de saúde, de educação e de todas as outras coisas que garantem a cidadania, nossos políticos periodicamente recebem filas de pessoas famintas de tudo e para receberem de suas mãos os favores “e ainda seus ímpetos de bom ou mau humor de vez em quando uma festinha para não pensarem tanto em suas situações”.
Há alguns messes, aqui mesmo em São Vicente Férrer, o povo da comunidade do cruzeiro sabiamente se organizaram sozinhos com a brilhante colaboração e liderança do professor Severino, filho do Senhor Lampião – (um dos cidadãos mais velhos da comunidade) e a comunidade unida organizou um evento que mergulhou fundo na nossas raízes, fizeram tiro ao alvo, feirinha de bacurau, pau-de-sêbo e arrecadaram fundos que serão destinados para a revitalização e restauração do cruzeiro, da gruta de Nossa Senhora de Fátima, das escadarias e da pracinha como num todo. Foi uma prova da força que tem um povo organizado em prol de uma necessidade ou um sonho coletivo, onde se trabalha junto, se pensa junto e se constrói junto.
Não tardou para o poder municipal perceber que dali podia surgir e se fortalecer algo de maior abrangência ou profundidade como uma associação de bairro que viesse realmente a funcionar e a se organizar para cobrar, se mobilizar e reivindicar e então, passou a se mostrar como atencioso à comunidade e logo foi montado o circo da inauguração do calçamento da ladeira. Não estou dizendo que o poder municipal ou outros poderes deixem de colaborar, mas que essa ajuda não soe como apadrinhamento, onde por intenções menos nobres, a força da organização popular termine descambando para a fila de pedintes, como tem acontecido com muitas associações daqui.
O calçamento foi necessário e importante, como tantas outras coisas o são, com saneamento básico, atendimento de saúde, coleta de lixo e educação de qualidade, que são coisas que a comunidade do Cruzeiro e São Vicente toda precisa e merece.
Mas, vamos para a festa: foi pontuada de discursos apelativos que deixavam claro a intenção de paternalista, coisa do tipo: “... a minha ação de trazer o calçamento para esta localidade trouxe lucro para os bares locais, desenvolvimento, livrou as criançinhas que caíam na lama do inverno, blá, blá, blá... Essa festa do padroeiro aqui vai virar tradição blá, blá, blá...”. Dessa festa, se fosse comentar seu caráter pitoresco dava um texto humorístico à parte, aquilo que estamos acostumados a ver dos políticos, como andar com os bolsos das calças bem engomadas cheios de trocados pelos bares apertando as mãos do povo e fornecendo umas roelas para os votantes “beber, cair e levantar”.
É interessante como há tantos anos se faz festa de São Vicente Férrer, por que só esse ano ela passou a ser no Cruzeiro? Por que não antes? Em nossa história houve inúmeras festas religiosas no Cruzeiro, mas todas feitas pela fé e organização do povo e não da prefeitura. É para desconfiar, principalmente nesse ano, de um minuto pra outro se organizar um evento onde se deu até a roda – Gigante!
O que é preciso dizer é para ser dito, embora poucos façam ou queiram fazer devido a cultura do silêncio que vivemos nesta cidade, essa cultura do calar que só nos faz “correr de costas” enquanto povo. Aqui se tenta provar o contrário, impede-se o acesso de todos e se favorece uma minoria para mostrar que quem fala é quem fica para trás. Foi montada uma indústria da bajulação onde os valores humanos são sepultados e onde os órgãos administrativos se assemelham a carniça rodeada de aves de rapina, querendo arrancar um pedaço para si. Nessa indústria da bajulação, competência é o que menos conta, caiu nas graças dos poderosos de plantão, ta tudo certo. Daí se consegue ver o que vemos todo dia, saúde e educação capengando, e olhe que esses dois sistemas são os mais básicos e principais. Hospital faltando remédios e profissionais competentes e educação faltando merenda, profissionais bem remunerados e outras cossitas más. Uma coisa ainda é confortante para quem gosta dessa cidade e de seu povo e se revolta ao ver esse tipo de coisa é saber que essa indústria dos favores é tão instantânea e dura tão pouco que no final, quando saem, muitas vezes estão com seu caráter e valores individuais em ruínas. É bom perceber que essa galinha dos ovos de ouro, na verdade é um mandacaru que não da sombra nem encosto.
O vicio de conseguir fácil, além de ser peculiar dos incapazes, está suplantando o esforço de conseguir lutando e desenvolvendo. Diz o ditado que política é tudo igual, nem sempre, mas o povo é que deve perceber que unido pode muito mais e toda ajuda é bem-vinda, ajuda não padrinhos. É preciso perceber que muitas mãos dadas são mais fortes do que duas estendidas com duas mil mal intenções por trás.

Escrito por: Kleber Henrique
Professor de História e especialista em História do Nordeste.
E-mail: prof_kleber_henrique

3 comentários:

Anônimo disse...

Meu Deus, que orgulho ter sido aluno desse cara!! Ele é o cara mermo!!
Hoje o que eu consegui formar em mim de carater, coragem e maneira de ver o mundo eu devo tudo a você professor!!
Hoje estou aqui no Rio por falta de oportunidade aí nessa terra e é incrível como de vez em quando eu me deparo com realidades gritantes que à anos atrás, nas aulas de História, ou melhor, nos shows de História que o professor Kleber dava, ele já falava de tudo isso e da causa de tudo isso acontecer, sem nunca ter vivido aqui.
Hoje eu sou mais um nordestino explorado e descriminado aqui nessa capital, mas com uma diferença: eu sei meu papel e minha posição na pirâmide social e não contribuo com canalhas, eu faço minha parte e devo isso a esse cara que só quem não valoriza e ama é porque tem inveja ou medo de suas verdades.
São Vicente, é hora de acordar!! depois não culpem o destino ou Deus, eles não tem nada a ver com o que os homens fazem!( lembra dessa lição professor???- eu não esqueci!!)
Cláudio Pereira

Anônimo disse...

HOJE DECIDI PERDER UM POUCO DO MEU TEMPO PRECIOSO PARA LER ESSA PORCARIA DE JORNAL, COISA QUE QUASE NÃO FAÇO. O FIZ DESTA VEZ POR CAUSA DE UMA CERTA PROFESSORA QUE COMUNGA DESSA IMBECILIDADE ESTAR ELOGIANDO ESSE TEXTO. CARO PROFESSOR KLEBER, O SENHOR COM SUA LÍNGUA VIPERINA VIVE A DISPARAR SUAS FARPAS CONTRA TUDO. CUIDADO QUE QUEM COM MUITAS PEDRAS MEXEM...
DECIDI DIRECIONAR A VOCÊ O RECADO, POIS OS OUTRO SÃO ATÉ MAIS MALEÁVEIS, MAS IGUALMENTE INSUPORTÁVEIS, MAS SUA FIGURA BEIRA A ARROGANÇA. ESSA SUA POSE ME ENOJA. VOCÊ TEM A CAPACIDADE DE FAZER UM TEMPORAL COM UM COPO DE ÁGUA, ESSE TEXTO É A VISÃO DE UMA PESSOA PESSIMISTA QUE NÃO OLHA AS COISAS PELO LADO MELHOR, ISSO É O QUE FAZ A CONDIÇÃO FINANCEIRA DE VOCÊS, NUNCA SE INTEGRARÃO AQUI PORQUE SÃO PERFEITOS DEMAIS. DESISTAM DISSO!!
FIRE

Anônimo disse...

Nossa!!!
Estou impressionada de como há mentes ingênuas ainda neste mundo...
"Não olha as coisas pelo lado melhor"
Seja otimista companheiro Kleber e considere o leitor apenas ingênuo...kkkkkkkkkkkk!