Sejam Bem vindos

Caros amigos sejam bem vindos ao Blog Cuca Livre Um Jeito Diferente de Pensar. Aqui você pode ler, refletir, através do senso crítico opinar e também expor suas idéias.

A Direção Cuca Livre agradece sua visita ao blog!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Liberducação

Vagina patrimonial e as vertigens do Papai Noel”

No ano de 2006 fiz um trabalho monográfico solicitado como exigência para conclusão do curso em Especialização em História do Nordeste pela Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata – FFPNM, intitulada São Vicente Férrer: um patrimônio histórico a ser resgatado. Inúmeras foram as dificuldades para a conclusão deste trabalho, como: a obtenção de depoimentos das pessoas mais idosas da cidade, fotografias e fontes que me ajudassem a explicar melhor a importância em se preservar as construções e a memória das pessoas que tornaram possível a existência da cidade de São Vicente Férrer.

Após a apresentação do trabalho acima citado, a Professora e Drª Maria do Carmo e o Professor Luís Severino ambos professores da FFPNM me elogiaram pelo trabalho realizado e ousadia não apenas, por escolher um tema pouco explorado, com fontes limitadas, mas também por minha falta de preparação em relação ao campo patrimonial, visto que no período em que freqüentava a graduação não havia dentro de sua grade curricular uma disciplina sobre patrimônio.

em São Vicente Férrer os comentários sobre o trabalho que eu havia realizado não duraram mais que uma semana. Salvo algumas alunas do IV Normal Médio do ano passado Ana Márcia Leitão da Silva, Erilene de Souza Araújo e Renata da Silva as quais fizeram um trabalho com a mesma temática. O trabalho delas intitulado São Vicente, Nossa história... Nossa gente foi bastante comentado pelos professores no Normal Médio, mas, também em pouco tempo foi esquecido pela atratividade manifestada pelos DITOS NOVOS TCC - Trabalho de Conclusão de Curso.

Este ano estou participando na orientação de um TCC com muita alegria porque a temática do trabalho das alunas Ana Lígia dos Santos e Alexandra da Cunha Cavalcanti do IV Normal Médio é bastante semelhante aos das alunas-mestras do ano passado. O trabalho História e memória da Chã do Esquecido é muito mais que um trabalho, é também um grande desafio, pela ausência de fontes escritas e fotografias que remetam aos primeiros anos do povoamento da região. Acredito que esse trabalho sortirá um efeito positivo em pouco tempo entre os mais jovens, no que se refere ao conhecimento e apreciação da memória de seus antepassados. Não se entenda que os moradores da Chã do Esquecido sejam mais conscientes quanto a essas questões pertinentes aos patrimônios de sua localidade, porém, mais cuidadosos quanto à preservação das raízes que remetem a existência do grupo.

Todavia, tal reação é mais comum entre os moradores idosos. Ficando a cabo desses e da escola local a transferência da memória que estimula o sentimento de pertença, compreensão da existência de datas comemorativas vivenciadas no local, casarios antigos, praças, ruas, hospitais, etc. Sem essa contagem da história dos antepassados e das origens do lugar onde se vive, surge no âmago dos habitantes locais a frieza aos bens patrimoniais de qualquer espécie. Não se ver sentido em manter-se existente algo que remeta ao passado, ao velho, ao regresso.

A cidade de São Vicente Férrer – PE, também possui uma história, construída ao longo dos tempos e que se manteve viva através da memória dos mais velhos da cidade. Os objetos mais usados em períodos específicos do tempo analisado, os relatos das pessoas desde a mais alta camada social ao mais simples morador da localidade, os casarios, as igrejas, os engenhos, etc., são sem dúvida quando não comprovações, são indícios de existência dos habitantes que neste município residiram.

Todavia, pouca valia tem se dado aos bens patrimoniais e a própria memória dos primeiros moradores. Essa falta de preocupação pode ser perfeitamente visualizada em alguns atos depredatórios empreendidos por moradores de classes diversas, ausência de investimentos regulares com o intuito de preservação e manutenção das edificações mais antigas que remontam a história da cidade.

Esse último item concede significado ao objeto observado, permitindo ao observador liberar o campo de abstração pessoal para as reflexões, pertinentes à moda, às artes, à economia, à política, à religião e educação, tornando-se mais um conhecedor da história local, assim, as praças, igrejas e monumentos de natureza múltipla passam a ter significado, diminuindo as chances de novos ataques depredatórios aos bens patrimoniais locais.

No entanto, os casos de agressão ao patrimônio tem se manifestado com maior intensidade não por pessoas pertencentes a camadas inferiores ou de educação deficitária, mas, pelos próprios representantes do poder político de nossa cidade, e isso abre uma discussão em relação a preservação patrimonial.

Seria de fato a ausência de conhecimentos sobre as origens dos antepassados que estimulam a destruição de seus próprios bens? Existiria uma intenção por parte do agressor ao patrimônio público em preservar-se apenas o passado dos seus familiares fazendo uso do poder conferido de forma democrática e dita racional pelos seus súditos? Estaríamos vivenciando o tempo da ignorância da sabedoria, onde o que se aprende perde posição/espaço diante daquilo que se pode ganhar?

Durante muito tempo a educação escolar foi estigmatizada como a responsável por todos os desajustes da sociedade, contudo foram-lhe sempre negadas as condições mínimas de funcionamento. Acredito que a escola possui um papel muito importante na transmissão e na construção da sensibilização a preservação da história de um povo específico, tendo em vista que a execução dessa prática estimula a autonomia, e assim o individuo reúne mais elementos que podem culminar no reconhecimento próprio na comunidade em que está inserido, busca a integração com outros grupos da sociedade, objetivando a consolidação de uma coletiva e comum do patrimônio.

Porém, se faz necessário o investimento em educação, contudo, em uma educação voltada ao reconhecimento do patrimônio cultural de uma determinada comunidade, proporcionando a construção de uma série de significados para o educando, promovendo entendimento particular do indivíduo a cerca do meio em que vive (e mesmo do mundo), de caráter concreto e ordenador de seu pensamento e comportamento.

Nesta perspectiva, a educação patrimonial tem papel fundamental na preservação dos monumentos, na construção da cidadania e na perpetuação da memória. Portanto, cabe aos educadores e órgãos que financiam a educação, participar da preparação dos seus educadores, fornecendo-lhes os subsídios necessários, como também, o custeio de oficinas, palestras e seminários, na intenção de absorverem métodos que atualizem suas práticas, como também, o contato das gerações futuras com o patrimônio presente.

Escrito por: Daniel Ferreira

Professor de História e especialista em História do Nordeste

E-mail: prof_daniel.al@hotmail.com


3 comentários:

Anônimo disse...

Que bom ver um professor com uma consciência assim,tb sou historiadora e achei vc ,pois estou com um projeto de patrimônio.É um desafio pra nós não é mesmo?Convence qualquer um da importância.Que o povo são vicentino saiba valorizar esse patrimônio Cuca livre!

Anônimo disse...

Direção Cuca livre
Quero fazer uma crítica:Acho que a direção deveria encontrar uma forma de fazer o jornal sair numa data certa ou pelo menos um período certo de cada mês,as vezes a gente pensa que nem vai sair da demora.Eu faço a crítica porque é a única coisa que presta com relação aos meios de informação dessa cidade,e quem não é burro,precisa de estar abastecido de reflexão.Bom trabalho e vamos cescer juntos!

Anônimo disse...

TIO DAN
CADÊÊÊÊÊÊ O CUCA DE SETEMBRO??????
eU NÃO TENHO COMPUTADOR,FUI NUMA LAN HAUSE PRA FAZER UM TRABALHO E APROVEITEI PRA DEIXAR ESSE RECADO.TEM ALGUÉM DOENTE?FALTOU PAPEL?DIGA AÍ QUE RESOLVO RSRSRSRS...IDÉIA SEI QUE NÃO FALTA...NÃO DEIXEM MORRER,PORQUE A CIDADE JÁ TÁ QUASE.