“Aos estudantes”
Era 13 de agosto de 2007, a poucos dias da 3ª edição do “Cuca Livre”, um dia após, um maravilhoso encontro etílico comemorando mais uma translação que a terra deu em torno do sol (dia de aniversário) do nosso amado camarada Kleber Henrique. Sentia-me incomodado pelo fato de ainda não ter certeza do que escrever, foi aí que pensei, pensei, e lembrei que agosto é o mês que se comemora o dia dos estudantes. Daí, viajei no tempo, lembrando daqueles famosos movimentos estudantis feitos durante a ditadura militar, lembrei das belíssimas músicas de resistência que até hoje nos trazem inúmeras reflexões. Pensava com meus botões quanta coragem e preocupação por uma vida melhor, uma sociedade justa e além de tudo o direito de viver em liberdade e exercer a cidadania. Aqueles bravos guerreiros (estudantes) enfrentavam repressão e muita censura, onde muitos morreram por seus ideais.
Participar do movimento estudantil era, acima de tudo, correr riscos. Risco de perder a vida, perder a esperança, e, especialmente perder a liberdade.
Hoje, com as mudanças no cenário político-econômico nacional, muitos dos ideais originais do movimento estudantil se perderam e a maioria dos estudantes parece "aprisionada" dentro de um sistema que não prioriza o coletivo, porém, jovens considerados por muitos como obstinados e idealistas se sobrepõem às dificuldades e continuam lutando, mostrando que a história do movimento estudantil está ligada, sobretudo, à resistência à criação de uma sociedade individualista.
A música que escolhi para identificar a classe estudantil foi “Pra não dizer que não falei das flores” (canção de Geraldo Vandré), essa canção é símbolo de uma época de maior efervescência do movimento estudantil e de lutas populares. Acredito que todo brasileiro já ouviu trechos dessa canção:
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Participar do movimento estudantil era, acima de tudo, correr riscos. Risco de perder a vida, perder a esperança, e, especialmente perder a liberdade.
Hoje, com as mudanças no cenário político-econômico nacional, muitos dos ideais originais do movimento estudantil se perderam e a maioria dos estudantes parece "aprisionada" dentro de um sistema que não prioriza o coletivo, porém, jovens considerados por muitos como obstinados e idealistas se sobrepõem às dificuldades e continuam lutando, mostrando que a história do movimento estudantil está ligada, sobretudo, à resistência à criação de uma sociedade individualista.
A música que escolhi para identificar a classe estudantil foi “Pra não dizer que não falei das flores” (canção de Geraldo Vandré), essa canção é símbolo de uma época de maior efervescência do movimento estudantil e de lutas populares. Acredito que todo brasileiro já ouviu trechos dessa canção:
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora não espera acontecer
Pelas ruas marchando indecisos cordões
ainda fazem da flor seu mais forte refrão
e acreditam nas flores vencendo o canhão
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam a antiga lição
de morrer pela pátria e viver sem razões”.
Os movimentos estudantis, ficaram marcados de lutas por ideais em várias épocas principalmente nos períodos em que as questões relacionadas aos destinos do país e às decisões que viessem alterar a vida do povo como um todo era seu alvo maior. Olhar para a história recente do país sem perceber a atuação estudantil é sem dúvida, um grande equivoco.
Quantos jovens estudantes perderam a vida em busca de uma sociedade mais justa e humana e até hoje suas memórias foram sepultadas pela poeira do tempo, mas sem deixar que seus exemplos morressem.
Atualmente, a classe estudantil se subdivide em diversas alas, quando se considera seu papel nas lutas sociais. Nas cidades grandes existem duas alas: aqueles que se integram e se engajam nas lutas, nas manifestações, nas ações e nos protestos e aqueles que simplesmente vão à escola, mas não se mobilizam por não se sentirem simpáticos para com essas atuações, limitam o ser estudante apenas a quem freqüenta uma sala de aulas.
Nas cidades do interior, dificilmente se encontra movimento estudantil organizado, muitas vezes seus grêmios estudantis são meros órgãos promovedores de eventos ligados à diversão, mas distantes das questões de interesse coletivo.
Nesse texto, pretendi dedicá-lo em especial aos estudantes e deixar um recado: estudante não é simplesmente espectador da história, mas um forte agente de mudanças. Todo dia é dia de estudante, não façamos mais do 11 de agosto só um momento de festa, mas dia de consciência e mobilização. Festas, os políticos nos dão quase que constantemente, e são necessárias também, desde que não nos faça crer num mundo de conto de fadas ou que as mudanças só acontecem de “cima para baixo”. Todas as mudanças do mundo na melhoria da vida do povo só foram reais porque a “classe de baixo” lutou muito.
A realidade de nossas escolas, na grande maioria beira o caos: falta de recursos, professores mal pagos e mal capacitados, alunos desestimulados e o resultado todos já conhecem.
A luta estudantil é um caminho de mudanças, e um passo importante, digamos que seja o primeiro degrau.
Gostaria imensamente de no próximo 11 de agosto escrever outro texto, só que de felicitações e força para os grêmios estudantis que possam surgir em nossa cidade, dos quais tenho certeza que todos que acreditam na força do jovem estão prontos para dar os braços e caminhar juntos, pois juntos somos muito mais fortes.
Deixo o forte chamado das últimas estrofes da música que escolhi.
Nas escolas, nas ruas, campos construções
Somos todos soldados armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não”.
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição”.
Técnico em informática e um dos diretores do Cuca Livre.
E-mail: josiasbad@hotmail.com
P.S.: Quero agradecer ao camarada e ex-professor de História, Kleber Henrique, por ajudar a mim e demais alunos em nossa formação educacional como também no despertar de nosso senso critico e a Daniel Ferreira, também professor, por está fazendo um belo papel de educador comprometido com as mudanças sociais. Dedico também a todos os professores de minha infância e adolescência que contribuíram positivamente com meu aprendizado. Desejo à todos muito sucesso e que continuem fazendo sempre o belo trabalho de educador.
6 comentários:
Primeiro quero dar parabéns a Josias por esse texto que exprimi bem a realidade do estudante de hoje, longe do que foram os estudantes da ditadura.
Quero também dar feliz aniversario a Kleber Henrique, que também foi meu professor e mi ajudou muito na minha formação como cidadão critico.
A realidade é que os estudantes de hoje quanto menos formação tiver fica melhor para o governo aliená-lo, e os jovens não estão percebendo isso.
No mais é isso obrigado por ter esse espaço, e continuem com esse trabalho...
Vlw
josias
adoro o jornal todo,desde que descobri vcs que sou leitora assídua.adoro o jornal todo,mas sua coluna eu corro primeiro pra ler.é que amo MPB e sou cantora de barzinho aqui em Fortaleza.Adorei seu chamado aos estudantes e seu reconhecimento aos professores,quem dera se eu tivesse tido sua sorte.imagino o nível das conversas de vcs.parabéns
Josias
Parabéns pelo seu texto,muito bom mesmo!Deve ser muito massa pra vcs escrever esse jornal,isso fica bem evidente nas palavras de vcs,porque ta provado que num é algo só profissional :é um ângulo de muita amizade de verdade,o que é tão difícil nos dias atuais,ainda mais selada com tantas idéias profundas.
Obrigado a todos vcs pelos comentários. Seus comentários são postados na coluna tbm sou cuca livre no Jornal impresso que percorre a cidade mensalmente, é muito gratificante saber que o cuca vem agradando a todos que tbm tem a Cuca Livre.
Obs.: se alguém quiser escrever pra o jornal é só mandarum e-mail pra um dos componentes do grupo.
Josias
Muito bom cara,adorei seu texto.Você como moderador do blog,quando teremos algo novo de novo?Já li três vezes rsrsrsrs.Espero o próximo.
Viream? Não é algo novo é algo definido, Sejam fortes, vecs são capazes, Cuca Livre é isso ir alem,
Amo vcs
Postar um comentário